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26/Nov/2020

Boi: pressão de baixa limitada pela oferta restrita

O mercado físico de boi gordo continua vendo uma oscilação entre a estabilidade e a retração nos preços, movimento iniciado há duas semanas, quando o pico das cotações fez os frigoríficos alcançarem o limite no repasse de custos para a carne bovina. A pressão baixista, contudo, é limitada pela oferta comedida de gado terminado que persiste em todo o País. O mercado mudou, mas o ponto de atenção segue na disponibilidade de bovinos. A expectativa ainda é de entrada de lotes restantes de boiada gorda proveniente dos cochos na primeira semana de dezembro, mas esse volume deve ser menor do que no ano passado. Portanto, a tendência é que não seja suficiente para provocar uma forte queda na arroba.

Na ponta da demanda, houve uma piora, o que reduz o descompasso em relação à oferta, ainda que de forma mínima. O consumo doméstico tem se retraído desde a redução no valor do auxílio emergencial do governo federal, o que acabou tendo efeitos negativos nos preços da carne bovina. A inflação aumentou e a carne ficou muito cara para uma sociedade que viu uma perda substancial de renda em função da crise. A chegada de dezembro, entretanto, traz uma perspectiva positiva para o mercado brasileiro. É que a injeção na economia, vinda dos pagamentos do 13º salário e dos empregos temporários, além da proximidade das festas de fim de ano, pode voltar a aquecer a demanda por carne bovina. O consumo externo, por outro lado, continua aquecido. Mas, apesar do crescimento em volume, o preço médio da tonelada continua caindo.

No mercado físico, pode-se observar um esvaziamento das pontas compradora e vendedora. Enquanto os frigoríficos atuam de forma mais cautelosa, traçando estratégias para o preenchimento das suas escalas de abate, os pecuaristas evitam vender os últimos lotes de bois aos preços mais baixos que vêm sendo oferecidos desde a semana passada. Com isso, o volume negociado é pequeno, o que leva a ajustes pontuais nos preços do boi gordo nas principais regiões pecuárias do País. Em São Paulo, a perda na liquidez mantém o boi gordo cotado a entre R$ 276,93 e R$ 279,00 por arroba à vista e a R$ 284,00 por arroba a prazo. No resto do País, são identificadas, além de estabilidade, oscilações positivas e negativas, porém sem muita força, em função do volume pequeno de negócios fechados.

Na Região Centro-Oeste, há uma pressão baixista mais intensa, que tem afugentado o pecuarista do mercado. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 262,00 por arroba a prazo. Em Goiás, o boi gordo é negociado a R$ 266,50 por arroba à vista. Em Minas Gerais, o boi gordo está cotado a R$ 274,00 por arroba à vista. No Rio Grande do Sul, o boi gordo registra alta, cotado a R$ 263,00 por arroba à vista. A média brasileira é de R$ 270,14 por arroba à vista. No geral, as compras têm fluído o suficiente para atender as escalas de abate, que têm sido manejadas de acordo com a oferta e a demanda de reabastecimento no mercado atacadista. Em São Paulo, no atacado, os preços se mantêm estáveis, no aguardo da virada de mês, que deve trazer uma retomada do consumo doméstico. O traseiro está cotado a R$ 21,10 por Kg e a vaca casada, a R$ 17,50 por Kg.