ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/Nov/2020

Boi: poder de compra do recriador avança este mês

Depois de passar praticamente o ano todo com o poder de compra enfraquecido, o cenário ao pecuarista que faz recria-engorda está um pouco mais favorável em novembro. Neste mês, pecuaristas do estado de São Paulo precisam de 8,46 arrobas de boi gordo para comprar um bovino de reposição em Mato Grosso do Sul, sendo a melhor relação de troca desde janeiro deste ano, quando esteve em 8,25 arrobas (foram considerados os Indicadores CEPEA/B3 do boi gordo e ESALQ/BM&F do bezerro, de 8 a 12 meses). Essa melhora no cenário ao recriador pode estar atrelada à valorização da arroba de forma um pouco mais intensa que a do bezerro neste mês. De outubro para novembro (média parcial), enquanto o preço do boi gordo em São Paulo subiu 8,15%, o preço do bovino de reposição avançou 5%.

Ainda assim, essa relação de troca atual está longe (11%) da média da série histórica do Cepea, que é de 7,61 arrobas de boi gordo (São Paulo) para a compra de um bezerro em Mato Grosso do Sul. O momento mais desfavorável ao pecuarista recriador neste ano foi verificado em julho, quando foram necessárias 9,29 arrobas para a compra de um bezerro. De modo geral, o mercado atual se torna interessante para o terminador, mas a margem segue estreita. O Indicador CEPEA/B3 do boi gordo registra alta real (IGP-DI out/20) de 24,57% de janeiro a novembro, enquanto o Indicador ESALQ/BM&F do bezerro acumula alta mais expressiva, de 27,67%. Os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de outubro/2020. Nesse sentido e diante dos elevados patamares de importantes insumos do setor, os pecuaristas precisam se atentar aos movimentos dos valores futuros e se planejar para os próximos meses, visando buscar resultados mais positivos.

A Conferência do Agri Benchmark Beef (evento anual que reúne pesquisadores do mundo todo para comparar e discutir dados zootécnicos e econômicos da pecuária de corte de diferentes países) realizada neste ano de forma on-line mostra que a pecuária de corte brasileira segue se destacando no comparativo mundial. Aqui ressalta-se que, nesta Conferência, o Brasil é representado pelo Cepea em conjunto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Mais uma vez, observa-se que as fazendas brasileiras, seja na produção de bezerros, seja na engorda dos bovinos, estão na lista das mais competitivas do mundo, com os menores custos de produção. Nesse sentido, o País reforça seu importante papel de fornecedor mundial de carne, ajudando a garantir a segurança alimentar.

De modo geral, verifica-se que a atividade pecuária nacional vem evoluindo em quatro pilares da produção: genética, pastagem, sanidade e nutrição. No entanto, fica evidente, também, que o Brasil precisa melhorar alguns indicadores zootécnicos, o que resultaria em aumento da produtividade e em consequente redução ainda maior de custos. O relatório do Agri Benchmark Beef, que traz os resultados de 2019, mostra que sete das 10 fazendas com os menores custos na produção de cria estão na América do Sul, sendo estas na Argentina, Brasil, Colômbia e Uruguai. E dentre todos os países participantes, o menor custo é verificado em uma fazenda do Cazaquistão. Na outra ponta, das 10 fazendas típicas com os maiores custos na produção de bezerro, nove são europeias. Para a engorda, entre as 10 fazendas típicas com os menores custos de produção, oito estão na América do Sul (Argentina, Brasil, Colômbia e Paraguai) e duas da África (Namíbia e África do Sul). Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.