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25/Nov/2020

Boi: cenário será mais desafiador em 2021 e 2022

Segundo o Itaú BBA, embora o ano de 2020 tenha sido muito positivo para a carne bovina, deve haver mais incertezas nos próximos anos. Há pontos positivos para 2021, como a oferta menor de bovinos para abate, já que o bezerro está valorizado e os produtores têm segurado fêmeas, e a demanda forte da China pela proteína. No entanto, como o preço do bezerro subiu muito, o desafio será fazer com que esse bezerro caro de agora não encontre um boi gordo menos valorizado do que o de hoje. Se encontrar, pode haver problemas, já que o bezerro caro demanda um boi gordo valorizado.

Esse cenário vale para o ano que vem e para o seguinte, já que os bezerros entrando no sistema agora devem ser terminados em 2022. Embora a atividade deste ano deva garantir muito dinheiro para investimentos em 2021, a decisão de como usar esses recursos deve ter muita incerteza. Há os altos preços dos grãos e a possibilidade de o boi gordo ceder. Essa equação dá muita incerteza, especialmente para quem faz as etapas finais do ciclo (de engorda).

A margem de lucro para confinamento de bois alojados hoje já não é positiva. É até negativa, com os preços altos de milho e de farelo e com a curva do boi gordo levemente inclinada para baixo. É um quadro totalmente diferente do que houve com os bovinos alojados em julho e agosto e que estão sendo entregues agora. Os preços da carne no mercado interno preocupam. Em 2020, eles subiram e ajudaram a margem dos frigoríficos, que havia sido prejudicada com o avanço do boi gordo. Ano passado, houve uma puxada na arroba, mas a carne estava valorizada em relação ao boi.

Hoje, a situação do frigorífico no mercado interno está mais difícil. Há dificuldade para o preço da carne acompanhar o preço do boi. Além disso, há incerteza na economia, já que o auxílio emergencial pode acabar e o desemprego segue alto, reduzindo a possibilidade de o frigorífico transferir preços. As exportações também não devem ser tão rentáveis em 2021 quanto foram em 2020. O spread do frigorífico já é menor, então, apesar da possibilidade de ter volume bom no ano que vem, o resultado pode não ser tão positivo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.