23/Nov/2020

O mercado físico do boi gordo segue registrando ajustes negativos nos preços. A pressão advém da retirada dos frigoríficos das compras, após o salto nas cotações ter dificultado o repasse dos custos aos preços da carne bovina, apertando as margens operacionais da indústria. Nesse sentido, algumas plantas chegaram a paralisar temporariamente as atividades enquanto aguardam a entrada de novos lotes de boiada gorda no mercado, o que deve ajudar a derrubar o preço. A expectativa é de que nas próximas semanas os últimos lotes de bovinos provenientes dos confinamentos cheguem ao mercado, já que a previsão de retorno das chuvas, que atrasaram neste ano, deve ajudar na transição da safra de boi, aumentando a terminação de gado a pasto.

Vale ressaltar que dificilmente os pecuaristas devem reter gado terminado no cocho, avaliando os elevados custos com ração somado ao período das chuvas. Até o momento, essa oferta continua bem limitada, o que evita uma queda maior da arroba no curtíssimo prazo. Embora haja retração nos preços em várias regiões pecuárias, esses valores referem-se a negócios pontuais. Isso porque, além do número de bois disponíveis ser pequeno, os pecuaristas também estão mais ausentes do mercado diante da pressão dos frigoríficos. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 279,00 por arroba à vista e a R$ 284,00 por arroba a prazo. As escalas de abate estão mais em algumas plantas frigoríficas. R$ 284/arroba a prazo no noroeste paulista. Em outras regiões pecuárias do País, o movimento baixista persiste, mas com poucos negócios sendo efetivados.

Em Mato Grosso do Sul, a cotação está entre R$ 269,00 e R$ 271 por arroba a prazo. Com a ausência de algumas indústrias, aquelas que estão ativas buscam pressionar os preços. Em Rondônia, o boi gordo está cotado a R$ 254,00 por arroba. No Estado, as escalas de abate atendem, em média, 3 dias. A média brasileira é de R$ 271,18 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os cortes continuam com preços estáveis. O traseiro do boi gordo segue cotado a R$ 21,60 por Kg e o dianteiro, a R$ 16,10 por Kg. A ponta agulha permanece a R$ 15,10 por Kg. As vendas continuam irregulares entre as diversas regiões do Brasil, abaixo das expectativas do setor mesmo considerando a chegada de uma segunda quinzena de mês.