19/Nov/2020

O mercado físico de boi gordo vem tendo uma semana diferente das observadas nos últimos meses, com a arroba cedendo nas principais região pecuárias do País. A inversão do movimento de alta que predominava no mercado tem como base a ausência de frigoríficos nos negócios, diante das dificuldades para originar matéria-prima e preencher as escalas de abate, já que a oferta de gado terminado permanece bem restrita. Em algumas plantas, inclusive, foram decretadas férias coletivas para paralisar temporariamente as atividades. O fluxo de negócios, portanto, continua se enfraquecendo, enquanto as pontas compradora e vendedora persistem nos preços indicados. Os fundamentos, entretanto, pouco mudaram.

A quantidade de bovinos prontos para o abate ainda é mais baixa do que o esperado para esta época do ano e o atraso das chuvas tem levado alguns pecuaristas a retirarem os bois do pasto para terminação nos confinamentos. O problema é que os custos com ração, à base de milho e farelo de soja, estão muito altos, o que acaba forçando os vendedores a pedirem preços mais altos pelos lotes de boiada gorda. Por outro lado, a demanda do consumidor interno e externo não demonstra sinais de fraqueza. No mercado doméstico, até poderia haver uma retração no consumo na segunda quinzena de novembro, mas a proximidade das festas de fim de ano mantém as compras em alta. Em relação ao mercado externo, o ritmo de escoamento de carne bovina continua acelerado. De toda forma, a liquidez do mercado físico está baixa e os preços negociados registram queda. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 282,50 por arroba à vista e a R$ 293,00 por arroba a prazo. A procura da indústria é menor no Estado por causa da disposição de ofertas oriundas de confinamentos próprios.

Os preços também registram queda em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Paraná, Minas Gerais, Bahia, Pará, Rondônia, Tocantins e Espírito Santo. Em Goiás, a cotação está entre R$ 271,00 e R$ 272,00 por arroba. No Paraná, o boi gordo está cotado a R$ 286,00 por arroba à vista. A intensidade das baixas nas regiões vem sendo limitada pela oferta escassa de boi gordo, que continua funcionando como um suporte para os preços. Em São Paulo, no atacado, os preços continuam estáveis. O traseiro do boi gordo continua cotado a R$ 21,60 por Kg e o dianteiro, a R$ 16,10 por Kg. A ponta agulha do boi permanece em R$ 15,10 por Kg. Apesar da inconsistência das vendas, a baixa oferta de mercadoria em função da irregularidade dos abates diários mantém os preços.