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16/Nov/2020

Boi: preços mais estáveis com redução da liquidez

O movimento de forte alta nos preços da arroba do boi gordo arrefeceu no final da semana passada, com a ausência de frigoríficos no físico. A indústria vinha atuando de forma agressiva para conseguir originar matéria-prima e atender à demanda por carne bovina, que segue em crescimento no mercado doméstico e para exportação. Contudo, o cenário de oferta escassa, somado à demanda da indústria, abriu espaço para forte especulação altista na semana passada, o que assustou compradores e reduziu a liquidez dos negócios. A paralisação temporária das compras representa um momento em que as companhias reavaliam as vendas e os preços, de forma a estruturar as estratégias de aquisição de gado. Isso porque entre os frigoríficos persiste a preocupação com o repasse dos custos mais altos do boi para os preços da carne, especialmente no caso dos que atendem apenas ao mercado doméstico.

A intensidade das altas nos preços pelo boi gordo no mercado físico se mostra maior do que a capacidade de transmissão aos valores da proteína, o que pode resultar em queda das margens operacionais e impactos negativos na consistência do escoamento do produto no mercado doméstico. O cenário, entretanto, não deve mudar muito nas próximas semanas, uma vez que as chuvas esperadas para novembro só estão chegando agora, mantendo o atraso na recuperação das pastagens e, consequentemente, adiando a terminação do boi a pasto. Além disso, os lotes esperados dos confinamentos começam a chegar, mas o volume ainda é insuficiente para alterar o desequilíbrio entre oferta e demanda. Neste ano, a retenção de fêmeas por pecuaristas que tentam aumentar as margens diante do encarecimento do gado de reposição também contribui para a oferta comedida de bois prontos para o abate.

Em São Paulo, depois de ter se aproximado dos R$ 300,00 por arroba, os preços estagnaram. A cotação atual é de R$ 285,50 por arroba à vista e a R$ 296,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso, o boi gordo está cotado a R$ 266,00 por arroba à vista. As escalas de abate continuam apertadas na região e o impulso aos preços veio da necessidade de cumprimento dos compromissos com o mercado externo pelos frigoríficos. Em Tocantins, o boi gordo é negociado a entre R$ 267,00 e R$ 273,00 por arroba à vista e a R$ 276,00 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, a baixa disponibilidade de mercadoria nas câmaras frigoríficas decorrente da irregularidade dos abates diários mantém o atacado suscetível a movimentos de alta. O traseiro do boi permanece cotado a R$ 21,10 por Kg e o dianteiro, a R$ 16,10 por Kg.