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16/Nov/2020

Lácteos: brasileiros consideram produtos saudáveis

Quando a pandemia de coronavírus chegou de vez no Brasil (em março deste ano) grandes preocupações pairavam sobre o mercado do leite. Os setores lácteos de outros países produtores vinham sofrendo dificuldades, sobretudo com as restrições de circulação, que extinguiram de um dia para o outro a demanda dos serviços de alimentação. A grande questão era se a demanda no varejo seria suficiente para compensar essa queda, e a resposta provavelmente era que não. Contudo, com a quarentena implementada e as pessoas em todo o mundo ficando em casa, começou-se a ter mais tempo para cozinhar seus próprios alimentos e pensar em saudabilidade, afinal uma pandemia é um ótimo momento para se pensar em saúde. A busca por produtos que atendessem estas características (ingredientes para preparos caseiros e saudáveis) voltou os olhares dos consumidores para os lácteos, que sempre foram sinônimo de bem-estar.

De fato, segundo a empresa de pesquisa de mercado Opinion Box, 67% dos brasileiros consideram que laticínios são importantes para uma alimentação saudável. A mesma pesquisa demonstrou também que, entre os brasileiros que aumentaram o consumo de lácteos durante a pandemia, 62% apontaram como motivo comer mais em casa (62%) e 41% estar gastando mais com alimentos em casa (41%). A associação do leite e dos derivados como fortalecedores do sistema imune também foi um motivador para a diferente percepção das pessoas sobre essa categoria de alimentos. Na China, onde iniciou a pandemia de coronavírus, a projeção é de alta de U$1,6 bilhão nas vendas de leite e o governo tem realizado um trabalho ativo de conscientização dos benefícios do consumo de laticínios. Na verdade, 40% dos chineses já relataram ter aumentado o consumo destes produtos depois da pandemia e um dos principais motivadores foi o fortalecimento do sistema imune.

Nos Estados Unidos foi observado um movimento semelhante: os consumidores literalmente elevaram o consumo de lácteos, sobretudo em categorias associadas a saudabilidade e preparos em casa, como leite fluido, queijos, produtos fermentados e manteiga. Na Espanha, mesmo com o chamado auge das alternativas aos lácteos nos países europeus, o leite continua sendo consumido por mais 98% das pessoas. Diante de tudo isso, pode-se questionar se os lácteos, que são ameaçados pela emergência dos produtos plant based e associações com malefícios à saúde, estão sendo vistos agora com outros olhos pelos consumidores e como isto influenciará no mercado pós-pandemia. Independentemente disto, algumas das transformações trazidas pela pandemia para o setor alimentício, inclusive para os laticínios, vieram para ficar. Entre elas é possível destacar a forma como a indústria e as marcas se comunicarão com o consumidor, o boom do comércio eletrônico para alimentos e um food service totalmente diferente. Fonte: MilkPoint. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.