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13/Nov/2020

Boi: demanda firme favorece indústrias frigoríficas

Segundo a Marfrig Global Foods, o mercado de proteína animal brasileiro viu um movimento de alta na demanda, que favoreceu as indústrias frigoríficas. Enquanto as exportações foram turbinadas pelo dólar competitivo, as vendas no mercado doméstico tiveram como impulso o auxílio emergencial do governo federal. O movimento foi muito harmônico também em todas as opções comerciais, com a Marfrig focada nos produtos de maior valor agregado, principalmente na venda de hambúrgueres durante a pandemia. Foi reforçada a decisão da companhia de trabalhar com produtos processados e parte do resultado financeiro no terceiro trimestre do ano e no acumulado até setembro é atribuído a isso. Com o foco na produção de industrializados a empresa está mais protegida de variações expressivas no custo da matéria-prima e no valor da arroba do boi gordo.

É fato que o mercado interno tem margens menores, muito apertadas, mas algumas empresas, que são eficientes, podem exportar e têm um volume de produtos industrializados com o qual conseguem sobreviver e lucrar. A companhia havia previsto no orçamento uma alta nos preços da arroba no quarto trimestre do ano, mas não nessa magnitude. Cerca de 75% dos abates brasileiros vão para o mercado local e está sendo difícil conseguir repassar o valor de R$ 280,00 por arroba. A oferta baixa de bovinos prontos para o abate deve-se ao atraso nas chuvas, mas quando essa distorção das condições climáticas for corrigida, a arroba deve voltar a patamares próximos da normalidade. Não seria plausível esperar a manutenção desses preços para os próximos períodos.

Com essa perspectiva, a Marfrig se preparou para esse cenário, através de uma série de melhorias na eficiência operacional, diminuindo os custos fixos, aumentando a produtividade e aprimorando o rendimento. Essa estratégia funciona em qualquer cenário, independentemente da variação cambial e das perspectivas para os mercados interno e externo. Sobre as exportações da empresa, sempre que o dólar permite uma margem maior de lucro, é direcionado um maior volume de produtos para o mercado internacional. Quanto à China, que foi destacada pela Marfrig em seu resultado do terceiro trimestre de 2020, não está mais vendo um movimento de desabilitação de plantas brasileiras.

As unidades que tiveram suspensões temporárias pelos chineses já voltaram a exportar e, no interior, onde estão muitas fábricas, a pandemia está em franco declínio. No terceiro trimestre do ano, China e Hong Kong foram responsáveis por mais da metade do faturamento obtido com os embarques na Operação América do Sul da Marfrig. Em relação ao coronavírus, a empresa está muito mais preparada para todos os desafios trazidos pelo vírus e os protocolos sanitários se enriqueceram e já são muito mais eficazes do que no início do ano. As operações da Marfrig não foram afetadas de forma significativa pelas medidas restritivas para conter a doença, exceto pela unidade de Várzea Grande, que já retomou a utilização da capacidade produtiva observada antes da Covid-19. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.