12/Nov/2020

O mercado físico de boi gordo segue com preços sustentados em todo o Brasil. A oferta restrita de gado terminado é o principal fator a impulsionar a arroba. No curto prazo, novos ajustes positivos não estão descartados. O ponto de atenção é a primeira semana de dezembro, quando as indústrias frigoríficas já devem estar com as escalas preenchidas para as festas de fim de ano, o que pode arrefecer a valorização do boi gordo. Por enquanto, a baixa disponibilidade permanece, levando até algumas plantas frigoríficas a decretarem férias coletivas diante das escalas apertadas. No mercado, havia uma expectativa de entrada de novos lotes de bovinos provenientes dos cochos durante este mês, mas esse volume não tem sido suficiente para alterar a conjuntura atual. Além disso, o período de seca prolongado pode atrasar a terminação de gado a pasto, adiando a comercialização desses bois.

Outro fator que vem impulsionando os preços é a demanda aquecida tanto no mercado externo como no doméstico. Segundo dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), na primeira semana de novembro, o Brasil exportou 42 mil toneladas de carne bovina in natura, o que corresponde a uma média diária de 10,5 mil toneladas. O indicador é 35% superior ao verificado em igual período do ano passado. Além do volume expressivo dos embarques de carne ao exterior neste mês de novembro, o período atual é caracterizado por maior consumo doméstico devido à proximidade das festividades de final de ano com uma maior entrada de massa salarial no mercado. Dessa forma, a movimentação dos negócios está maior, com frigoríficos tentando originar matéria-prima para preencher a programação. Com esse intuito, tem havido também um elevado volume de transações entre os Estados na Região Centro-Sul.

As indústrias frigoríficas de São Paulo e Paraná continuam recorrendo a lotes oriundos de Estados vizinhos, sobretudo na Região Centro-Oeste com foco em atender compromissos com o mercado externo. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 285,54 por arroba à vista e a R$ 288,00 por arroba a prazo. Em Goiás, a cotação é de R$ 275,00 por arroba. A novilha gorda está cotada a R$ 264,00 por arroba. Em Mato Grosso do Sul, o boi gordo já está sendo comercializado a R$ 280,00 por arroba à vista e a R$ 281,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso, Minas Gerais e Pará, a cotação é de R$ 273,93 por arroba a prazo, R$ 285,00 por arroba a prazo e R$ 270,00 por arroba à vista, respectivamente. Em São Paulo, no atacado, os preços da carcaça do boi casado capão e do inteiro se mantêm estáveis, a R$ 18,15 por Kg e a R$ 17,70 por Kg, nesta ordem.