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26/Out/2020

Boi: carne bovina tem forte alta no último trimestre

Os preços da carcaça bovina registraram uma valorização de 16% no último trimestre, na qual foram motivadas pelos ganhos recentes no preço do animal terminado no mercado físico. Os valores da carne suína apresentaram um crescimento de 61% e os preços do frango tiveram um crescimento de 29% no último trimestre. Diante da crise econômica ocasionada pela a pandemia do coronavírus, a grande preocupação do mercado é como será o comportamento do consumidor pela as proteínas animais e se vão conseguir absorver as altas recentes no preço da carne bovina no varejo. A migração para os cortes mais baratos ganhou força neste ano, o que elevou as cotações das proteínas alternativas e tornou o boi casado mais competitivo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o aumento da taxa de desemprego e isso pode limitar o poder de compra do consumidor final.

Por outro lado, a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) informou uma recuperação da procura doméstica após 5 meses de queda do indicador. Diante das incertezas do mercado doméstico, as indústrias frigorificas têm como alternativa mais competitiva as exportações que já embarcaram de carne bovina in natura 1,3 milhão de tonelada no acumulado de 2020. A exportação de carne bovina acumula uma alta de 39% frente à média dos últimos cinco anos para o mesmo período. O último trimestre no ano é marcado por um aumento sazonal nas compras da China, já os chineses fazem a composição dos estoques de proteína animal para as festividades do ano novo lunar. O setor segue atento aos casos de coronavírus em frigoríficos e aos receios com relação às possíveis novos ondas de disseminação da doença.

Com relação aos preços da arroba, a tendência é que as cotações permaneçam sustentadas no médio prazo com a demanda externa aquecida e com a baixa disponibilidade de bovinos para o abate. Vale frisar que os preços da arroba podem ser pressionados no curto prazo, diante da entrega pontual de bovinos saindo do confinamento. A oferta restrita de bois terminados para o abate está impedindo o alongamento das escalas de abate nos frigoríficos. A média nacional está variando em torno de 3 a 5 dias. Isso tem forçado a ponta compradora a indicar preços acima das referências para preencher as programações de abate. A expectativa é de uma maior ociosidade dos confinamentos no comparativo anual. O cenário de queda no confinamento é resultado no aumento nos preços dos bovinos de reposição e do milho, o que desestimulou os invernistas a investirem na operação intensiva neste ano.