26/Out/2020

Segundo a Associação Paulista de Avicultura (APA), os produtores de frangos enfrentam cenário complicado com o alto custo da ração. Hoje, o farelo de soja custa R$ 2.600,00 por tonelada e o milho, R$ 80,00 por saca de 60 Kg. O problema é que novamente haverá cenário desfavorável para as pequenas e as médias integrações, que respondem por 35% da produção de frangos. As grandes corporações, as grandes cooperativas, têm um trabalho de hedge, na bolsa, e os pequenos e médios ainda não têm essa cultura.

No caso dos grãos, cada vez mais a paridade de exportação determina os preços. O fato de sobrar milho ou soja não significa preços baixos. Agora, é preço internacional. Isso já vinha acontecendo com a soja há 10 anos e agora o mercado do milho também opera assim. Há preocupação com a velocidade da recomposição de plantéis de suínos na China, o que indica que, dentro de alguns anos, as importações chinesas de proteínas em geral podem diminuir ao passo que o consumo de grãos vai aumentar. Se a política da China é recompor plantéis e produzir a própria carne, o país asiático vai continuar comprando fortemente milho e soja, o que é muito bom para os produtores de milho e soja, mas para quem produz carne vai ser um problema a partir de 2023.

Não há como repassar a totalidade das altas recentes do custo da matéria-prima e criadores podem ter de ajustar a produção. O consumo brasileiro já está acima de 50 Kg per capita, o que está sobrando para a renda do brasileiro é comer frango e ovo. E isso só está sendo possível em função do auxílio emergencial do governo. A percepção é de que, se não houvesse esse auxílio, o setor estaria passando por problemas. O grande desafio para o setor será o momento em que o auxílio emergencial terminar, o que é esperado para o começo do ano que vem. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.