26/Out/2020

A recuperação do setor de carnes da China está prevista no Plano Quinquenal, que indica que o país asiático quer atingir 95% de autossuficiência novamente. Isso significa que a China vai importar 3 milhões de toneladas de carne suína e não as 4,5 milhões de toneladas que estão importando atualmente. Não é um bom sinal para as carnes. O Brasil precisa achar novos parceiros. Ainda assim, é preciso um esforço diplomático para sensibilizar a China de que o Brasil é confiável para entregar carnes, a fim de que o País possa se manter como fornecedor prioritário de proteínas ao país asiático no futuro. O Insper defende um esforço para diversificação da pauta comercial do agronegócio brasileiro.

A soja vai fazer US$ 35 bilhões em exportação e o setor de carnes, US$ 16 bilhões. O Brasil precisa decidir se vai ser vendedor de elemento de ração ou do valor adicionado das carnes. A saída para isso é trabalhar mais o acesso das carnes, garantindo previsibilidade e transparência. Se no futuro terminar a guerra comercial entre China e Estados Unidos e a peste suína africana (PSA), isso pode ter um impacto na demanda chinesa no Brasil. O que mais preocupa é uma crise inflacionária de alimentos no fim deste ano, botando a população brasileira contra o setor de carnes e, daqui a dois anos, a China se recupera. O Brasil precisa ter uma política muito estratégica e partir para uma diplomacia muito mais intensa de relacionamento, para se solidificar no longo prazo. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.