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23/Out/2020

Boi: mercado físico deve manter alta em novembro

A escassez de bovinos terminados deve continuar sendo o driver do mercado de boi gordo no mês de novembro, o que já vem impulsionando os contratos futuros na B3. O contrato mais líquido, com vencimento em novembro, subiu R$ 4,35 por arroba, para R$ 289,05. Em 30 dias, a valorização alcança 14%. Ao analisar os números de abates, mês a mês, é possível observar uma queda, em razão da disponibilidade limitada de gado no mercado. É parte importante do cenário o fato de os preços dos bezerros terem atingido níveis máximos, o que tem levado os pecuaristas a reterem as fêmeas para aumentar a produção e, consequentemente, a remuneração. Se não há fêmeas para serem abatidas, essa escassez não é compensada. Todos os bois machos vão para o abate, mas não são suficientes para atender a demanda. A demanda deve ser outro fator de impulso para os preços da arroba em novembro.

Em relação ao mercado internacional, a desvalorização do dólar segue favorecendo os embarques e torna interessantes até as vendas para outros países fora a China. Até os mercados que não são conhecidos como bons pagadores estão comprando mais. O Egito, por exemplo, ampliou as plantas habilitadas para quase 90 ao longo deste ano. O mercado interno está menor, embora tenha ficado equilibrado. A perspectiva, contudo, é de que em novembro e dezembro o consumo aumente, tanto o externo como o doméstico. Ao longo do ano, o mercado futuro estava sinalizando arroba do boi mais barata do que no balcão e agora esse movimento se inverteu, com o balcão cerca de R$ 20,00 por arroba mais baixo do que na B3.Nesse ponto, a maior preocupação é se o varejo vai aguentar a sequência de altas nas cotações.

Desde que o boi atingiu R$ 250,00 por arroba, surgiram dúvidas sobre a capacidade do mercado atacadista suportar. O viés inflacionário também está no radar. A alta atual do boi gordo só vai impactar no varejo daqui a 3 meses, próximo de janeiro e fevereiro. Durante a pandemia, o mercado de balcão começou a enfrentar algumas dificuldades para o escoamento da carne e a solução encontrada foi o delivery, com a comercialização da proteína atingindo de 30% a 35% nessa modalidade. E com a reabertura econômica, essa tendência não se desfez. Outro risco destacado é a dificuldade que pequenas e grandes indústrias estão enfrentando para originar material de embalagem. A desaceleração da atividade industrial do País levou a um “gap”, com a queda de capacidade produtiva, o que já está se refletindo nesse mercado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.