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23/Out/2020

Suíno: concentrar exportação na China é arriscado

Segundo o Rabobank, a concentração do comércio global de carne suína em torno da China pode resultar em problemas no longo prazo, à medida que o país asiático recompõe seu plantel de suínos. As importações chinesas volumosas e aumentos de dois dígitos nos embarques para outros países asiáticos afetados pela peste suína africana (PSA) vêm impulsionando o setor global de carne suína desde o ano passado. A China é responsável agora por mais de 40% das importações globais de carne suína, quase quatro vezes mais do que seu concorrente mais próximo. No entanto, com a retomada da produção de suínos na China e o afastamento gradual do país do mercado global, exportadores serão pressionados a encontrar mercados alternativos para esses volumes.

A China começou a recompor seu plantel no fim de 2019 e está transferindo grande parte de sua produção para instalações modernas e seguras. A China está aumentando a importação de fêmeas e fazendo grandes investimentos em sua base genética, reforçando nossa visão de que poderá controlar futuros surtos de peste suína africana e limitar perdas adicionais de suínos. A produção chinesa de carne suína em 2021 vai aumentar mais de 10%, ou quase 4 milhões de toneladas, em relação aos níveis de 2020. Embora a demanda interna ainda deva superar a produção no ano que vem, as importações chinesas vão cair entre 20% e 30%, ou cerca de 1 milhão de toneladas. Uma queda dessa magnitude representa cerca 10% do comércio global de carne suína.

Tendo em vista que cinco países são responsáveis por 85% das importações totais de carne suína anualmente, redistribuir o produto que a China deixará de comprar pode se tornar cada vez mais difícil. Isso pode resultar em grandes volumes e preços mais baixos no mercado doméstico de países exportadores. Se a China mantiver o ritmo atual de produção, poderá retornar a um nível de 95% de autossuficiência em carne suína já em 2024/2025. Exportadores ainda têm uma janela de oportunidade para aumentar suas vendas, mas essa janela deve se fechar nos próximos anos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.