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20/Out/2020

Boi: confinamentos podem bater recorde em 2020

O número de bois gordos terminados em confinamento no Brasil deve alcançar o recorde de 6,188 milhões de cabeças em 2020, avanço de 6% em relação aos 5,856 milhões de cabeças verificadas no ano passado, de acordo com dados preliminares do Censo de Confinamento DSM 2020. O crescimento é atribuído ao segundo giro de confinamento, que já costuma representar 65% dos bovinos engordados no cocho, mas neste ano será ainda mais volumoso por causa da forte valorização da arroba no período.

Por causa da pandemia do coronavírus, que trouxe uma forte incerteza para os mercados e o início da recessão econômica, foram confinados 40% menos animais do que o que normalmente ocorre no primeiro giro do ano, que começa entre março e abril e termina entre junho e julho. Com essa diminuição no número de bois fechados (nos cochos), faltou bovino para ser abatido em julho e agosto e o preço da arroba começou a disparar.

No segundo semestre, embora os preços de insumos essenciais à atividade, como bois magros, milho e farelo de soja, também tenham começado a subir, as exportações continuaram aquecidas. Nesse sentido, a forte demanda externa, somada aos preços mais altos da arroba, estimulou os pecuaristas a lotarem os confinamentos com bovinos para engorda até o fim do ano. O levantamento mostra que o maior avanço do confinamento, em termos percentuais, ocorre na Região Nordeste, onde o número de bovinos deve chegar a 148 mil cabeças neste ano, 17% a mais do que em 2019. Contudo, a Região Centro-Oeste segue responsável pela maior parcela de bois nos cochos, somando 2,892 milhões de cabeças, aumento de 8% frente ao ano anterior. Em segundo lugar, está a Região Sudeste, com 1,685 milhão de bois confinados (+1,6%), seguido pela Região Norte, com 760 mil bovinos (+0,6%) e pela Região Sul, que deve alcançar 705 mil bovinos confinados, alta de 10,8% na mesma base comparativa.

Em relação aos Estados, Mato Grosso lidera a produção, enquanto Goiás e São Paulo ocupam a segunda e a terceira posições. Em relação à oferta no mercado físico, de fato, em anos anteriores havia mais lotes de boiada gorda terminada nos cochos disponíveis em outubro. Isso ocorre em virtude de um alongamento no período de confinamento, e não em razão do início tardio da atividade pelos produtores. O que vem acontecendo é que os confinadores estão abatendo os bovinos mais pesados. Se antes abatiam um boi de 19 arrobas, agora estão esperando chegar a 21 ou 22 arrobas. O ciclo de engorda passa, portanto, de 90 dias para 120 dias nos cochos. O pecuarista brasileiro está aproveitando mais a carcaça e, por isso, a maior concentração de bovinos confinados no mercado vai ser no mês de novembro. Ainda sobre o aumento dos dias de confinamento, essa tendência é vantajosa mesmo que signifique maior custo com grãos para alimentação.

Isso porque cerca de 73% a 75% dos custos de produção nos confinamentos decorrem do gado de reposição, enquanto cerca de 20% a 22% provêm da alimentação dos bovinos. É melhor para o produtor segurar os bois porque, apesar de perder eficiência na engorda, ele melhora a relação de troca do boi gordo com a reposição. Esse movimento não é apenas para garantir a remuneração mais alta trazida pelo peso maior, mas também porque estão acompanhando a valorização diária contínua da arroba no mercado. O pecuarista avalia que, se adiar o abate, pode obter valor mais alto para a arroba. O cenário do mercado físico é de preços sustentados, especialmente por causa da oferta comedida. A escassez de bovinos reflete a retenção das fêmeas, que estão sendo utilizadas para aumentar a produção de bezerros, em meio aos altos preços do gado de reposição. O criador deixa de vender as fêmeas para abate e é claro que isso pesa no mercado. Só o boi macho confinado sendo abatido não atende a toda a demanda, não é suficiente para preencher as escalas de abate. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.