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19/Out/2020

“Carne” cultivada: projeto recebe aporte da UE

A União Europeia alocou mais de 2,7 milhões de euros para o programa de pesquisa do consórcio ‘Meat4All’, liderado pela espanhola rm BioTech Foods e seu conceito Ethicameat B2B. O subsídio, que se acredita ser a primeira vez que um projeto de carne cultivada em laboratório recebe fundos da Comissão Europeia, faz parte do Programa-Quadro de Pesquisa e Inovação da UE Horizonte 2020, que é uma parte fundamental do Acordo Verde da União Europeia que planeja a região ser neutra para o clima em 2050. O projeto Meat4All, do qual também participa a empresa francesa Organotechnie, visa incrementar a tecnologia de produção de carnes de cultura, trabalhar na aceitação do mercado e realizar testes para avaliar a segurança para viabilizar sua industrialização e comercialização até julho de 2022. A BioTech, sediada em San Sebastian, tem trabalhado no desenvolvimento de sua carne cultivada, que fornece a clientes do setor alimentício, conhecida como ‘Ethicameat’ desde 2017.

Para a empresa, o investimento da União Europeia confirma a importância atribuída pela Europa à carne cultivada e novos alimentos. O foco da Horizon Europe está na implementação do Acordo Verde Europeu. A União Europeia calcula que mais de 35% das despesas da Horizo Europe contribuirão para os objetivos climáticos, uma vez que a investigação e a inovação são essenciais para transformar a Europa no primeiro continente do mundo neutro em termos de clima até 2050. Esta é a primeira vez que a Europa se compromete efetivamente com a carne cultivada. A carne cultivada será um ingrediente fundamental da alimentação futura e isso agora é confirmado pelas instituições. Mas, há dúvidas se a carne cultivada é realmente a solução mais saudável para o planeta. Outros estudos sugeriram que a carne cultivada em laboratório poderia realmente ser pior para a mudança climática devido ao CO2 liberado pelos laboratórios.

O CO2 permanece na atmosfera por mais de um século; já o metano permanece por apenas 12 anos. O consórcio planejava realizar uma avaliação completa do ciclo de vida dos requisitos de energia necessários para aumentar a produção de carne cultivada. É uma realidade que a indústria de processamento de carnes está interessada em diferentes fontes alternativas de proteína. Todos os relatórios mostram que há uma atitude favorável do consumidor em relação a alternativas sustentáveis de proteína e, particularmente, em relação à carne cultivada. O que é importante agora é entregar produtos que as pessoas queiram comer. O consórcio planeja trabalhar com células de aves, suínos e bovinos e vai explorar quais produtos alimentícios são mais adequados para a carne cultivada. Fonte: FoodNavigator.com. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.