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16/Out/2020

Boi: carne em alta acompanhando mercado físico

As seguidas valorizações da arroba do boi gordo neste ano vêm resultando em avanços também nos preços da carne bovina negociada no atacado de São Paulo. Em outubro, nem mesmo a atual recessão econômica, a queda do emprego e a redução do auxílio governamental freiam o movimento de alta nos valores da carne. A carcaça casada do boi é comercializada a R$ 17,14 por Kg, alta de 3,07% no acumulado da parcial de outubro. No dia 9 de outubro, a proteína foi negociada a R$ 17,16 por Kg, o maior patamar nominal da série histórica do Cepea, mas está abaixo de um valor deflacionado de novembro de 2019 (neste caso, a média de 28 de novembro de 2019, de R$ 16,46 por Kg, é corrigida pelo IGP-DI de setembro/2020 para R$ 19,20 por Kg). A média da parcial de outubro da carcaça do boi, de R$ 17,00 por Kg, é um recorde real da série mensal, sendo 3,21% acima da observada em setembro e 28% superior à deflacionada de outubro de 2019.

Além da menor oferta de boi gordo pronto para o abate, as exportações aquecidas também influenciam as altas nos preços internos da carne, à medida que mantém enxuta a disponibilidade doméstica de carcaça. É preciso ressaltar que, em outubro, parte do varejo nacional também começa a formar estoques para a demanda de final de ano, contexto que reforça a tendência de alta nos valores da carne. Outros fatores que influenciam a valorização da proteína bovina são os preços também elevados das principais carnes substitutas, a suína e a de frango. A oferta ainda restrita de suínos em peso ideal para abate e o incremento na demanda por parte de frigoríficos seguem elevando os valores do suíno e da carne suína nestas primeiras semanas de outubro. Diante disso, este mês já vem sendo marcado pelo quinto período a registrar movimento consecutivo de alta nos valores do suíno vivo e da carne suína, que renovam os recordes reais em muitas regiões e os nominais em outras.

Quanto ao frango, as vendas internas e externas da carne estão aquecidas, o que mantém impulsionando as cotações do setor da avicultura de corte. Os valores estão em movimento de alta desde junho. Para alguns produtos e regiões, os preços já operam nos recordes nominais da série histórica do Cepea, iniciada em 2004, mas ainda se mantêm abaixo das máximas reais, considerando-se a inflação do período. As exportações de carne bovina in natura começam o mês de outubro em ritmo forte. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos sete primeiros dias úteis deste mês, foram embarcadas 60,102 mil toneladas da proteína, com média diária de 8,58 mil toneladas. Nesse ritmo, as vendas externas podem somar 180 mil toneladas em outubro, o que seria um recorde. Vale lembrar que a China tende a reforçar as compras de carne entre setembro e outubro, para formar estoques de final de ano. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.