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16/Out/2020

Boi: exportação de carne pode ser recorde em 2020

Os abalos provocados pela pandemia nos mercados mundiais não atingiram as exportações da carne bovina brasileira. Pelo contrário, a crise atuou como alavanca para os negócios e abriu caminho para novos e futuros compradores. A expectativa é que os desembarques da carne bovina no exterior ultrapassem neste ano o recorde de US$ 8 bilhões. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes Industrializadas (Abiec), há tratativas por parte do Ministério da Agricultura com países que representam grande volume de compras e que estão ansiosos pela carne bovina brasileira, como o Japão, Canadá e Taiwan. O desempenho previsto para o ano é animador, e deverá bater recorde nos embarques. A expectativa é que o volume atinja 2 milhões de toneladas. No ano passado já houve um salto de 15,5% no faturamento ao bater em U$ 7,59 bilhões, com um total exportado de 1,84 milhão de toneladas, aumento de 12,4%.

Nos primeiros nove meses as vendas de carne in natura e processada cresceram 19,7% na receita e 11% no volume frente ao mesmo intervalo do ano passado, ou seja, US$ 6,1 bilhões e 1,460 milhão de toneladas, respectivamente. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A China segue puxando as compras, com 57,4% do total exportado, mas outros mercados também registram aumento na demanda, como Egito, Chile, Rússia, Estados Unidos e Filipinas. O Brasil está preparado para atender demandas futuras, que virão no pós-pandemia. Países que tiverem as cadeias mais organizadas, como o Brasil, terão a chance de aumentar sua participação em mercados globais. A Marfrig acredita que o mercado estará cada vez mais ávido pelo produto brasileiro e que os impactos da pandemia foram positivos para a companhia. No primeiro semestre, a empresa registrou um desempenho histórico, com receita líquida de R$ 32,3 bilhões e lucro líquido de R$ 2,16 bilhões. Isso representa um aumento de 48% nas vendas e 400% no resultado em relação ao mesmo período de 2019.

A explicação para esse salto é compreensível: quando a Covid-19 chegou ao Brasil, o mercado asiático já estava, praticamente, retomando sua normalidade, enquanto o mercado interno brasileiro apresentava crescimento expressivo da doença, com a migração do food service para o varejo. A isso tudo soma-se a precificação do dólar a partir do segundo trimestre. Os impactos da pandemia no setor de produção e exportação de carnes da Marfrig foram positivos, e o terceiro trimestre também teve um desempenho excelente, com demanda ainda maior do mercado internacional, superando a oferta brasileira. A partir das próximas semanas, a disponibilidade de gado pronto para o abate deve melhorar com a chegada dos bovinos engordados no sistema intensivo de confinamento. Os abates, de fato, apresentaram recuo de 8% no segundo trimestre comparado ao mesmo intervalo de 2019, contabilizando 7,301 milhões de cabeças, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De janeiro a março houve leve crescimento (de 0,3%). Foi o pior resultado para um segundo trimestre desde 2011 provocado, em boa parte, pelos efeitos negativos da pandemia sobre o consumo de cortes de maior valor.

As oportunidades no mercado internacional cresceram rapidamente nos últimos dois anos e já mostram uma participação relevante dos Estados Unidos. É um mercado no qual o Brasil tem uma margem melhor que em outros. A exportação gira em torno de 70% da receita e a demanda por alimentos segue com forte tendência a aumentar nesse último trimestre, com a conquista dos mercados europeu e tailandês, entre outros. No primeiro semestre, o Brasil recebeu aprovação da Tailândia para exportar carne bovina com osso, dessossada e miúdos. Inicialmente, cinco frigoríficos foram habilitados para os embarques. O momento também é favorável para a exportação de carne bovina da Minerva Foods. Entre abril e junho, a receita bruta nas exportações atingiu R$ 3,3 bilhões, avanço de 16,1% na comparação anual. O bom desempenho foi obtido mesmo diante dos impactos da Covid-19. O comportamento do mercado foi muito mais volátil nesse período, exigindo agilidade dos executivos. Foi o melhor segundo trimestre da história da empresa. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.