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13/Out/2020

Frango: preços sustentados pela alta dos insumos

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os preços da carne de frango não devem ser influenciados de forma significativa pelo calor que atingiu algumas regiões do País. Pode haver alta pontual de preços nas localidades mais afetadas pelo aumento da temperatura. O suporte às cotações virá do custo elevado de produção, com a disparada de preços do milho e do farelo de soja. A produção de ovos foi mais afetada pelo clima do que a de frangos, já que os produtores de carne costumam ter granjas mais modernas e fazer uso de mais tecnologia, incluindo ar condicionado nos locais de produção.

Contudo, em alguns locais pode haver uma redução na produtividade das aves e isso deve se refletir na oferta em um prazo de alguns meses, o que tende a potencializar a alta da carne de frango nessas regiões. No calor, a ave começa a beber mais água e comer menos. Assim, tem um peso de conversão inferior no caso da carne e, no caso dos ovos, uma menor produção. Os compradores das granjas que tiveram perdas terão uma oferta menor, mas as consequências não são grandes o suficiente para afetar o mercado como um todo.

A seguida valorização dos grãos é o que deve continuar sustentando as cotações da carne de frango no mercado interno brasileiro. Os produtores não têm como não fazer esse repasse de custos, especialmente quando começam a ter prejuízos. Algumas indústrias estão diminuindo a produção enquanto aguardam as cotações do milho se estabilizarem ou a entrada da próxima safra, quando os preços costumam ceder. Embora as exportações sigam aquecidas, a comercialização do produto no mercado externo não anula os custos de produção.

Quem exporta carne de aves e recebe em dólar tem uma vantagem cambial. Mas, no momento atual, essa vantagem é anulada porque a alta do dólar ante o Real vem estimulando as compras de milho e soja pelo exterior, e assim os grãos sobem ainda mais. O País exporta apenas 30% do volume de frango produzido e, por isso, as vendas externas conseguem amenizar muito pouco as margens produtivas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.