ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Out/2020

Carnes: PSA levou a mudanças no comércio global

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que a peste suína africana (PSA) levou a uma série de mudanças no comércio global de carne suína, envolvendo uma disrupção na produção desse tipo de proteína. O Brasil e outros países exportadores de carne suína foram beneficiados por esse cenário, com as importações de carne suína brasileira pela China tendo crescido 147% de janeiro a agosto de 2020, representando 50% dos embarques do País ao exterior. Apesar da forte representatividade chinesa dentre os principais destinos de proteína animal do Brasil, o País não é dependente da China. Destaca-se o crescimento das compras de outros players, especialmente da carne de frango, cujas compras pelo Vietnã e Cingapura cresceram, refletindo a substituição do consumo de proteínas. A percepção é de que se a China se recuperar da peste suína africana, o Brasil não vai ter um grande problema com as exportações.

Com a doença, que dizimou o rebanho de suínos chinês, a produção do país caiu de 54 milhões de toneladas em 2018 para 36 milhões de toneladas em 2020. Embora a previsão seja de que a China só retornará ao nível de 2008 no ano de 2025, a entidade aponta que nesse ano a China precisaria de um volume de 56 milhões de toneladas para atender o consumo interno, que não parou de crescer. Vai continuar havendo um déficit que será preenchido com importações. Além disso, a China vai conseguir voltar a produzir 54 milhões de toneladas em um cenário de calmaria, sem nenhum outro tipo de interrupção da cadeia. Nesse sentido, não apenas a peste suína africana, mas também os efeitos da pandemia do novo coronavírus, levaram a uma alteração nos hábitos de consumo de proteína animal, com uma migração para os produtos mais baratos e substitutos, como a carne de frango.

O consumo pós-covid deve favorecer proteínas mais baratas. O Brasil, na comparação com o mercado global, terá maior velocidade de retorno no consumo de carne de frango. O País viu uma redução na demanda com o fechamento dos estabelecimentos do segmento de food service e o esforço para que as plantas não fechassem durante a pandemia foi muito grande. As projeções apontam que as exportações de suínos devem bater recorde em 2020, com alta de 27% a 33%, alcançando um volume de 1 milhão de toneladas, ante 750 mil toneladas embarcadas em 2019. Em relação à carne de frango, a perspectiva é de aumento de 3% a 5% ao fim do ano, com as exportações podendo ficar entre 4,35 milhões e 4,45 milhões de toneladas. Em 2019, 4,214 milhões de toneladas de carne de frango foram exportadas pelo Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.