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05/Out/2020

Carnes: recuperar preço na exportação é desafio

A depreciação do Real no mercado internacional vem criando desafios para a recuperação dos preços da proteína animal brasileira, especialmente da carne bovina e de aves. A queda das cotações na exportação é atribuída à volatilidade do Real frente às moedas de outros exportadores, além da maior competição no caso da carne de frango. A China deve continuar importando volumes relevantes. O setor de aves parece menos favorável do que o da carne bovina, considerando que China e Arábia Saudita estão em um processo de aumento da produção local da proteína avícola.

No caso da carne bovina, a aceleração da produção é menos viável no médio prazo, e o Brasil ainda deve se beneficiar do menor rebanho da Austrália e das tensões comerciais da China com os Estados Unidos. No mercado interno brasileiro, as vendas no varejo continuam avançando, o que deve ajudar a apoiar preços e margens 'saudáveis' para os participantes de alimentos processados (50% dos negócios da BRF). A maior operação da JBS também continua a se beneficiar de custos favoráveis e deve render margens de pico para a segunda metade do ano.

No caso da JBS, os principais riscos são os preços de gado e de grãos acima do esperado nos Estados Unidos e no Brasil, a possibilidade de surtos inesperados de gripe aviária ou novo coronavírus nos dois países, além da necessidade de investimento acima do esperado para novas aquisições. Os preços do boi gordo no Brasil devem continuar em alta até o fim de 2020, embora a demanda por abate já esteja diminuindo. A queda no poder aquisitivo dos consumidores brasileiros tem limitado a capacidade de repasse do aumento do custo do gado aos preços da carne bovina. Os preços do boi gordo podem ficar estáveis até dezembro, mas devem cair no ano que vem. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.