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28/Set/2020

Boi: pecuaristas pretendem investir em tecnologia

De acordo com estudo realizado pela empresa de pesquisa Inteligência no Agro (INA), entre 30 tipos de produtores rurais brasileiros, os pecuaristas apareceram como os mais interessados em investir em novas tecnologias para ampliar a produtividade, e mais de 50% dos criadores de gado elencaram a busca do aumento de arrobas por hectare como prioridade. O levantamento, feito em julho com quase 500 produtores rurais em todos os Estados do País, indicou que aproximadamente 7% dos entrevistados apontaram como prioridade o investimento em novas tecnologias nos próximos 12 meses. O tema do aumento de produtividade para os pecuaristas, que responderam por mais de 36% dos entrevistados na pesquisa, é tão importante para esta categoria como o pagamento de financiamentos já tomados.

Uma parcela também afirmou que buscará priorizar o processamento da própria produção, assim como a agregação de valor. A pesquisa foi realizada em um momento em que o ganho de produtividade na pecuária é apontado como uma das formas de combater o desmatamento, assunto que tem mobilizado ações de frigoríficos em busca de uma maior sustentabilidade na cadeia produtiva diante da forte pressão internacional. Na pecuária, a busca por maior produtividade passa por aumento no número de animais em confinamento ou semi-confinamento, sistemas menos utilizados no Brasil, cujas criações em sua grande maioria ainda são alimentadas principalmente com pasto, e não com rações. Mais recentemente, preços recordes do boi gordo no Brasil, acima de R$ 250,00 na média do estado de São Paulo, também são incentivo para melhorar a produtividade.

Outro ponto que favorece o confinamento é a possibilidade de rastreabilidade de todo o histórico do gado, aumentando assim as chances de o produto ser exportado, pois, na exportação, a arroba tem valor maior valor. O confinamento tem possibilitado a produção de 6 a 8 arrobas por um período de 90 dias, contra a produtividade de 3 a 4 arrobas por hectare por ano. O uso desse sistema de criação intensivo deve dar um salto em 2020, pois a percentagem é alta (mais de 50%) de pecuaristas que responderam que irão investir no aumento da produtividade. Isso mostra que o Brasil deverá ultrapassar em breve os Estados Unidos. Enquanto os Estados Unidos produzem 11 milhões de toneladas por ano de carne (equivalente carcaça), com 89 milhões de bovinos, o Brasil com um rebanho mais de duas vezes maior obtém 10 milhões de toneladas.

Através da pesquisa, é possível observar uma forte tendência para o aumento do confinamento e semi-confinamento no Brasil. A aposta é que o País está no caminho para dobrar o número de bovinos nesses sistemas intensivos de produção em um curto período. Esses investimentos almejados pelos pecuaristas também criam grandes oportunidades para empresas que atuam no fornecimento de tecnologia para o setor. A intenção de ampliar investimentos em novas tecnologias também é bastante citada por produtores de soja e café, conforme a pesquisa. Além disso, produtores de cana-de-açúcar, milho e arroz afirmam que a busca de inovações tecnológicas está entre as prioridades, mas com menor ênfase em termos percentuais. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.