ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

25/Set/2020

Boi: preços em alta e mercado mais movimentado

O mercado físico do boi gordo está mais movimentado, após dias de maior calmaria nos negócios. Os frigoríficos se posicionam de forma ativa, aceitando pagar mais caro para conseguir originar matéria-prima e preencher as escalas de abate. Na ponta da oferta, entretanto, os produtores continuam com uma quantidade restrita da boiada terminada, o que contribui para a manutenção dos preços em níveis mais altos. Além disso, o mercado volta as suas atenções para as propostas de rastreabilidade da cadeia produtiva de carne bovina apresentadas por grandes players da indústria.

A preocupação com as questões ambientais, como o desmatamento da Amazônia, levou grandes companhias produtoras de carne, como Marfrig, Minerva e JBS, a anunciarem projetos que preveem um monitoramento mais profundo da cadeia de fornecedores de gado, desde o momento da cria até a engorda. Com o conhecimento dos produtores diretos e indiretos, as companhias visam evitar a aquisição de bovinos que tenham passado, em alguma etapa da vida, por áreas de conservação ambiental, desmatadas ilegalmente, embargadas pelo Ibama ou que usem trabalho análogo à escravidão, práticas proibidas por lei.

Em relação ao mercado, apesar da proximidade do fim do mês, período em que as compras tendem a diminuir em função do menor poder aquisitivo dos consumidores, os compradores estão adquirindo volumes mais expressivos de gado, o que deve estender as escalas de abate até o fim da próxima semana. Porém, o boi gordo continua se valorizando nas principais regiões pecuárias do País, não apenas por causa da menor oferta, mas também por causa do ritmo aquecido das exportações. Apesar de maior liquidez de negócios, a oferta de gado no País ainda não é suficiente para atender à necessidade de compra e o cenário para os próximos dias sugere a manutenção dos atuais níveis elevados preços.

Os incêndios nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul aumentam as preocupações quanto aos desafios impostos pela escassez de gado no mercado brasileiro. Isso porque o País vem aumentando significativamente as exportações de carne bovina e a retenção de fêmeas para recompor o rebanho, o que vem afetando negativamente as margens da carne bovina. Em São Paulo, o boi gordo está cotado a R$ 246,50 por arroba à vista e a R$ 254,00 por arroba a prazo. Em Mato Grosso, a cotação é de R$ 235,00 por arroba à vista e entre R$ 236,00 e R$ 238,00 por arroba a prazo. Na Bahia, a cotação é de R$ 256,00 por arroba à vista. No Pará, o boi gordo é negociado a R$ 248,50 por arroba a prazo. Em Mato Grosso do Sul, a cotação é de R$ 242,82 por arroba. A média brasileira é de R$ 243,37 por arroba à vista e R$ 245,51 por arroba a prazo. Em São Paulo, no atacado, a movimentação é fraca e a carcaça casada do boi castrado registra queda, negociada a R$ 15,50 por Kg.