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24/Set/2020

Boi: redução na vantagem da carne sobre a arroba

Os preços do boi gordo e da carne bovina (negociada no mercado atacadista de São Paulo) seguem em alta ao longo deste mês, ainda sustentados pela demanda internacional aquecida e pela baixa oferta de bovinos para abate. Neste último caso, a decisão de muitos pecuaristas de não enviar bois para confinamento no primeiro giro (no segundo trimestre deste ano), diante das incertezas quanto ao consumo doméstico geradas pela pandemia de coronavírus, vem reforçando a atual disponibilidade restrita para abate. Assim, os preços do boi gordo têm subido, e de forma um pouco mais intensa que o movimento observado para a carne. Diante disso, depois de a carcaça casada de boi registrar vantagem de R$ 3,60 por arroba sobre o boi gordo em agosto, esta diferença diminuiu para apenas R$ 0,60 por arroba em setembro.

Ao longo deste ano, a maior vantagem da carne sobre o boi gordo, de R$ 12,00 por arroba, foi observada em abril. Em julho, o boi gordo foi negociado acima da carcaça casada, em R$ 4,17 por arroba, este, ressalta-se, foi o único momento em 2020 em que o boi mostrou vantagem sobre a carne. Em São Paulo, o preço médio do boi gordo é de R$ 251,30 por arroba à vista, com avanço de 5,77% na parcial de setembro. A média deste mês, por sua vez, está em R$ 245,84 por arroba, sendo 7,6% superior à de agosto e 35,6% acima da de setembro do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de agosto/2020). Trata-se, também, de uma média mensal recorde, considerando-se toda a série histórica do Cepea, iniciada em 1994. No caso da carne negociada em São Paulo, no atacado, a valorização da carcaça casada na parcial de setembro é de 4,7%, negociada a R$ 16,56 por Kg, à vista.

A média deste mês está em R$ 16,43 por Kg, ou em R$ 246,45 por arroba, com elevações de 6% frente à média de agosto/2020 e de 33,7% em relação à de setembro do ano passado, em termos reais. A média de setembro está apenas R$ 0,12 abaixo da recorde real, de R$ 246,57 por arroba, registrada em dezembro de 2019. De agosto para setembro, os preços das duas principais carnes substitutas do brasileiro, a suína e a de frango, registravam movimento de elevação muito mais intenso que o observado para a carne bovina. Além do deslocamento de parte da demanda doméstica da proteína bovina para as duas outras substitutas, as exportações aquecidas das carnes suínas e de frango e a oferta controlada (especialmente por parte do setor avícola) também explicam os fortes avanços nos preços domésticos.

Em setembro, a carcaça suína registra média de R$ 11,67 por Kg, com alta de 12% em relação ao mês anterior, o dobro do percentual registrado para a carcaça casada do boi nessa mesma comparação. Quanto ao frango, a média de preço da carne resfriada está em R$ 5,57 por Kg neste mês, avanço de 11,44% frente à de agosto. Quanto ao mercado externo, até a terceira semana de setembro, o Brasil exportou 94,369 mil toneladas de carne bovina in natura, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A média diária de embarques está em 7,25 mil toneladas. Assim, até o encerramento deste mês, as vendas externas podem somar pouco mais de 150 mil toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.