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18/Set/2020

Frango: produção brasileira deve crescer em 2020

O Rabobank mantém a projeção de alta de 0,5% na produção de carne de frango brasileira em 2020. A demanda no País não deve ter queda substancial, apesar da crise econômica causada pela Covid-19, por causa da prorrogação do auxílio emergencial. A confirmação recente da extensão do auxílio emergencial, ainda que com valor menor, deve evitar quedas significativas no consumo. A rentabilidade da produção da proteína no Brasil pelos próximos meses estará ligada à forma como as empresas lidarão com a mudança de trajetória dos preços de grãos. A expectativa de preços baixos no segundo semestre não foi confirmada e o milho e a soja vêm se valorizando. Os grandes players já haviam diagnosticado a alta das rações, ao contrário dos produtores independentes, que estão focados no mercado doméstico e mais expostos aos preços atuais.

Para as próximas semanas, as exportações brasileiras de frango devem ser incrementadas por embarques volumosos para a China em decorrência do feriado de uma semana para comemorar o dia nacional do país, conhecida como semana dourada. As exportações para a China continuam em ritmo forte, com avanço de 29% em julho ante julho de 2019. No entanto, a queda nas vendas para outros mercados importantes, como Arábia Saudita e Japão, fez as exportações totais crescerem apenas 0,4% na mesma comparação. A perspectiva para a China é de que as importações de carne de frango aumentem expressivamente em 2020. Em julho, o país asiático teve o maior volume importado da proteína na história, alcançando 181 mil toneladas. Nos sete primeiros meses de 2020, o total adquirido do exterior, 843 mil toneladas, já supera o volume de todo o ano de 2019. No entanto, o Brasil perdeu participação no mercado chinês.

O País era responsável por mais de 80% das importações de carne de frango do gigante asiático em 2018, e nos sete primeiros meses de 2020 ficou com menos de 50%. Os Estados Unidos foram para a segunda posição, com 20%. No plano global, o mercado ficará dependente da recuperação do food service, já que o frango é mais dependente de vendas nesse setor do que outras proteínas. Até o início de 2021, a expectativa é de que o cenário seja desafiador, e que haja uma migração parcial do food service para o varejo. A trajetória da Covid-19, que pode restringir movimentos de pessoas e atrapalhar ainda mais o food service, também fica no radar. Além disso, a peste suína africana (PSA) continua tendo um efeito relevante no mercado. Os países mais afetados, como China, Vietnã e Filipinas, terão queda expressiva na produção de carne suína e migrarão para outras proteínas animais, como o frango. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.