17/Set/2020

A baixa oferta de bovinos para abate mantém os preços diários da arroba operando nas máximas nominais da série histórica do Cepea. Nesta semana, o preço médio do boi em São Paulo atingiu R$ 248,60 por arroba, mas, no momento apresenta leve queda, a R$ 247,50 por arroba. Ainda assim, o avanço é de 4,2% no acumulado da parcial de setembro. Os números de abate divulgados neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam esse cenário de disponibilidade restrita de bovinos. De abril a junho de 2020, foram abatidas no Brasil 7,3 milhões de cabeças, um pouco acima do observado no trimestre anterior (7,24 milhões de bovinos). No entanto, quando considerados apenas os segundos trimestres de anos anteriores, trata-se da quantidade mais baixa desde 2011. Frente ao volume de abril a junho de 2019, a retração é de expressivos 9,15%.

No balanço do primeiro semestre de 2020, o volume abatido somou 14,55 milhões de cabeças, 8,63% menos que no mesmo período do ano passado. Também se trata da quantidade mais baixa abatida num primeiro semestre desde 2011. O menor volume do abate de fêmeas chama a atenção, especialmente a quantidade de vacas. O abate de fêmeas (vacas e novilhas) abatidas no primeiro semestre de 2020 somou 5,988 milhões, representando 41,14% do total de animais abatidos de janeiro a junho. Esse cenário se aproxima do observado em 2016, quando a quantidade de fêmeas abatidas correspondeu por 40,67% do total. Como comparação, no primeiro semestre do ano passado, o abate de fêmeas totalizou 7,26 milhões de cabeças, correspondendo a 45,63% do total. Quando analisada somente a percentagem de abate de vacas sobre o montante total de bovinos abatidos no segundo trimestre, esteve em 27,93%, o mais baixo desde 2002, quando foi de 22,8%.

No balanço do primeiro semestre de 2020, foram abatidas 4,25 milhões de vacas, o que representa 29,24% sobre o total de bovinos, a menor percentagem para um primeiro semestre desde 2002. O abate de novilhas também recuou no segundo trimestre em comparação com o primeiro de 2020 (1,27%) e em relação ao mesmo período do ano passado (20,6%). Foram abatidas 1,73 milhão de cabeças entre janeiro e junho. A retração no abate de vacas e de novilhas (este menos intenso), por sua vez, está relacionada aos preços recordes do bezerro no mercado interno ao longo deste ano, que vem estimulando pecuaristas a segurarem matrizes, visando a produção de reposição nos próximos meses. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.