27/Ago/2020
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção brasileira de carne bovina deve atingir recorde de 10,51 milhões de toneladas em 2021. Se confirmado, o volume representará incremento de 4% ante o previsto para 2020, de 10,10 milhões de toneladas. O otimismo por trás dessa perspectiva reflete uma recuperação da economia brasileira, atualmente projetada para crescer 3,5% em 2021, com a continuação da inflação em nível mais baixo, uma taxa de desemprego estável e maior poder de compra do consumidor.
Por outro lado, a flutuação cambial, a frágil recuperação econômica mundial e o ressurgimento do coronavírus ainda são incertezas para o próximo ano na indústria de proteína animal. O consumo doméstico da proteína pelo País deve aumentar na mesma proporção da produção, de 4%, e pode atingir 7,88 milhões de toneladas em 2021 contra 7,67 milhões de toneladas em 2020. A indústria de food service deve se recuperar em 2021 e há previsão de uma grande mudança nos padrões de consumo de cortes de carne bovina, com os consumidores dando preferência por cortes mais baratos.
O consumo de carne bovina no Brasil continua atrás do da carne de frango, que responde por cerca de 40% da proteína animal total consumida. A demanda interna neste ano tende a diminuir 460 mil toneladas em virtude dos reflexos econômicos da pandemia do coronavírus, que levou ao fechamento de restaurantes, escolas e redução do turismo. A ajuda emergencial fornecida pelo governo federal gerou reflexos positivos no consumo de alimentos básicos, mas a alta dos preços da carne bovina no varejo está forçando os consumidores a optarem pelo frango e, em menor medida, pela carne suína e ovos.
Fora a perspectiva de recuperação da demanda interna de carne bovina, a exportação brasileira de carne bovina tende a continuar forte tanto em volume quanto em receita no ano que vem. As vendas externas da proteína devam atingir novo recorde em 2,7 milhões de toneladas, volume 8% maior que o projetado para 2020. A alta deve-se principalmente à maior exportação para os mercados asiáticos, em especial à China. Além disso, o crescimento mundial, projetado em torno de 5% em 2021, combinado com uma taxa de câmbio favorável, que torna a carne bovina brasileira muito competitiva, são motores que alimentam o otimismo entre os exportadores do setor. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.