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25/Ago/2020

Carnes: cenário é positivo no Brasil no 2º semestre

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que o cenário até o fim do ano para o setor no segundo semestre deste ano é de crescimento no volume de vendas, tanto no mercado interno quanto no externo, apesar da pressão vinda do aumento dos custos. A perspectiva de resultados positivos se mantém, ainda mais com a retomada do segmento de food service. Durante a pandemia, a mudança nos hábitos de consumo impulsionou a demanda por carne de aves, em substituição às proteínas mais caras. A partir do segundo semestre, mesmo com o retorno das atividades de bares e restaurantes, esse consumo não deve ser alterado, pelo menos não tão rapidamente. A perspectiva da é de que sejam produzidas de 13,7 milhões a 13,8 milhões de toneladas de carne de frango em 2020, aumento de mais de 3% na comparação interanual. Desse total, no mínimo 4,35 milhões de toneladas podem ser exportadas.

Em contrapartida, os preços no mercado interno terão um impacto negativo, em função da pressão fornecida pelo aumento dos custos. Há aumento nos preços de milho, de soja, além das despesas adicionais por causa da Covid-19. Em relação ao mercado externo, assim como a peste suína africana (PSA), a pandemia de coronavírus ajudou a fortalecer a relação do Brasil com os parceiros comerciais na Ásia, especialmente a China. O País tem um fluxo muito consistente de carne suína e de frango indo para a China, que se tornou o maior importador individual do País em ambas as proteínas. O mercado externo como um todo continua puxando com forte velocidade as vendas de carne suína, que podem ultrapassar 1 milhão de toneladas neste ano. As recentes suspensões realizadas pela China a frigoríficos brasileiros, nesse contexto, não constituem um movimento, mas sim medidas pontuais baseadas no princípio da precaução.

Na semana passada, entidades do setor se reuniram com o embaixador da China, que manifestou a intenção do país asiático de fortalecer as relações com os brasileiros. Nesse sentido, a expectativa é de que os embarques de proteína do Brasil para China continuem se fortalecendo em 2021. O setor trabalha com um panorama de demanda forte na Ásia como um todo. Filipinas, Vietnã e Cingapura, por exemplo, também estão comprando mais. Dentre as prioridades da entidade estão as aberturas de mercado, com destaque para México e Canadá. A diminuição das tarifas de comercialização com a Índia também segue no radar, bem como a ampliação da competitividade das proteínas brasileiras no mercado internacional. Para isso, entretanto, a participação da entidade de forma ativa nas políticas públicas é fundamental. O foco do governo deve ser a "simplificação legislativa", desburocratizando questões que costumam dificultar os investimentos do setor e encarecer a operação.

A desoneração da folha salarial, cuja continuidade foi vetada pelo presidente Jair Bolsonaro e está em pauta no Congresso Nacional, que deve votar sobre a derrubada do veto, é importante. A reoneração da folha vai ter um impacto na ordem de R$ 1 bilhão para o segmento de carnes suína e de frango, além de trazer demissões. As companhias querem trazer divisas do exterior, mas sem exportar impostos. Na pandemia, foi necessário contratar mais de 20 mil funcionários para repor pessoas afastadas. Se vier a reoneração, esse ritmo de crescimento pode ser interrompido. Por outro lado, a reforma tributária pode abranger maneiras de compensar os custos que seriam gerados com a reoneração. Em paralelo, outros projetos continuam sendo acompanhados pela ABPA, como a regulamentação do novo decreto da cabotagem, programas de infraestrutura, com asfaltamento, matriz de pedágio e até mesmo a regulação de tempo em porto. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.