24/Ago/2020

Os preços do boi gordo seguem firmes e há registro de altas expressivas em algumas regiões e falta de bovinos para abate. Nem mesmo a chuva verificada nos últimos dias deve servir para aumentar a capacidade de suporte das pastagens, já que o Centro-Sul do País atravessa o período bastante seco e pastos em boas condições se reduzem drasticamente.

Se, ainda assim, a maior umidade der uma sobrevida às gramíneas, será mais um motivo para os pecuaristas segurarem os bois na engorda barata e continuarem a restringir a oferta, no aguardo de nova inflação nos preços. Na semana passada, a indústria passou a contar também com bois de confinamento, que começam a entrar na linha de produção. Entretanto, sua carne tem sido destinada mais ao mercado externo, sobretudo a China.

No mercado interno, como o consumo da proteína vermelha continua lento, são as fortes exportações que pautam as altas no físico. Nos primeiros dez dias úteis de agosto, o País já exportou 32,1% mais carne bovina na média diária em relação a igual período de 2019, dando um salto para 8,1 mil toneladas por dia. Em São Paulo, o boi gordo está cotado entre R$ 222,50 e R$ 224,73 por arroba à vista e a R$ 233,00 por arroba a prazo. Os contratos, que se concentram em bovinos com padrão internacional e provenientes de confinamentos.

A pouca oferta de boiadas e as compras escalonadas das indústrias, com cinco dias úteis de escala em média, dão sustentação aos preços. A valorização da arroba no Estado nos últimos 30 dias já alcança 3,7%. Em Tocantins, o boi gordo está cotado a R$ 230,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, a comercialização segue lenta, com mercado consumidor retraído nesta segunda quinzena do mês. Tem havido algumas renegociações e devoluções e, com isso, os preços da carne bovina começam a ser pressionados no mercado interno. A carcaça casada do boi está cotada entre R$ 14,70 e R$ 14,80/Kg.