19/Ago/2020
O governo de Hong Kong, província autônoma da China, suspendeu a importação de carne de frango da unidade da Aurora Alimentos de Xaxim (SC), conforme comunicado divulgado nesta terça-feira (18/08) pelo Centro de Segurança Alimentar (CFS). A medida deve-se à presença de traços de novo coronavírus em lote de asa de frango congelada pertencente ao frigorífico brasileiro e detectada na semana passada pelo município de Shenzhen.
Por uma questão de prudência, o CFS também suspendeu temporariamente o pedido de licença de importação de carne de frango para Hong Kong da fábrica em questão (número de registro: SIF601), enquanto espera por mais investigação do caso e detalhes de teste das autoridades competentes, diz o comunicado. O Departamento não cita nominalmente a empresa, mas sim seu número de registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF).
O comunicado informa que o CFS ao saber do incidente, em 13 de agosto, imediatamente contatou autoridades de Shenzhen e do Brasil para entender o caso, e acompanhou os principais importadores e varejistas locais. Uma investigação revelou que o lote de asas de frango em questão ainda não estava à venda em Hong Kong. Após o ocorrido em Shenzhen, a órgão coletou 40 amostras de carne de frango congelada do Brasil em níveis de importação e atacado para teste da Covid-19 como medida de precaução. Todas as amostras foram negativas para a Covid-19.
O CFS destaca que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e autoridades globais de segurança alimentar, não há evidências que indiquem que humanos possam ser contaminados pela Covid-19 por meio da ingestão de alimentos. O CFS continuará acompanhando o incidente e tomará as medidas cabíveis à luz do desenvolvimento mais recente.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informa que está apoiando a Aurora Alimentos para a apresentação dos esclarecimentos, com bases técnico-científica, no que se refere à suspensão de exportação de carne de frango da unidade de Xaxim (SC) para Hong Kong. A entidade também apoiará o Ministério da Agricultura, dentro das tratativas com as autoridades de Hong Kong, para que a situação se clarifique e se restabeleça.
Ainda não houve notificação oficial da suspensão. Porém, cabe mencionar, como é ressaltado pela própria autoridade sanitária de Hong Kong, não há evidências científicas de que a carne seja transmissora do vírus, conforme ressaltam a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A ABPA apoiará a busca por soluções no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), já que não se trata de uma decisão tomada com base em critérios científicos. O setor exportador brasileiro já adotou todas as medidas para proteção dos trabalhadores e a garantia da inocuidade dos produtos, que foram aprimoradas ao longo dos últimos meses, desde o início da pandemia global. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.