19/Ago/2020
É baixo o risco de um bloqueio mais amplo por parte da China ou de Hong Kong às carnes brasileiras. China e Hong Kong têm um estoque pequeno de proteínas animais e seriam amplamente prejudicados com a falta do maior fornecedor, o Brasil. O baixo estoque de carnes ocorre por causa do surto de peste suína africana (PSA) na China, que dizimou pelo menos 40% do plantel de suínos do país asiático, obrigando-o a importar quantidades crescentes de carne para abastecer a população. Esse movimento de Hong Kong, com aumento de exigências sanitárias, faz parte da estratégia de renegociação dos importadores, que têm baixado os preços médios das carnes nas últimas semanas.
De fato, depois de ter pagado preços vultosos pela carne brasileira no ano passado, a China passou a renegociar valores. Em julho, por exemplo, o país asiático pagou 18,5% menos pela tonelada de carne bovina do Brasil em relação a julho de 2019, com o valor passando de US$ 5,30 mil para US$ 4,32 mil, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). De qualquer forma, até o momento, não houve nenhum "efeito colateral" no mercado exportador de carnes do Brasil por causa da suspensão temporária, anunciada por Hong Kong, da unidade da Aurora Alimentos de Xaxim (SC). O que se vê é muita especulação sobre o assunto, mas sem efeitos práticos.
Além disso, Hong Kong já vem de fato reduzindo compras de carne de frango brasileira neste ano, provavelmente em função da maior produção da proteína na China continental, que deve alcançar, conforme o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o recorde de 14,85 milhões de toneladas este ano, ante 13,75 milhões de toneladas no ano passado. O Brasil exportou 19,39% menos carne de frango para Hong Kong entre janeiro e julho de 2020, em comparação com igual período de 2019. O faturamento, por sua vez, caiu 17,3%. Apesar desta queda, Hong Kong ainda está entre os dez principais compradores de carne de frango do Brasil. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.