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18/Ago/2020

Boi: preço firme e cautela por parte de frigoríficos

O apetite comprador da indústria frigorífica está menor nesta segunda quinzena do mês, quando a venda de carne bovina no mercado interno tradicionalmente recua. De todo modo, os pecuaristas têm informado que os frigoríficos estão com escalas ainda curtas e que, mesmo quando negociam para sete dias, acabam antecipando o embarque, ocorrendo inclusive negociações para o dia seguinte. A cautela também se acentuou por causa do temor em relação aos possíveis desdobramentos para o setor de carne bovina da notícia de que a China encontrou rastros de coronavírus em carga de frango brasileiro. Muitas especulações ganharam força no mercado do boi gordo. Desta forma, o setor pecuário nacional segue atento aos casos de coronavírus entre funcionários, de modo a garantir a manutenção dos contratos de exportação com a China. A oferta de bovinos terminados continua restrita e com isso não se vê no horizonte a possibilidade de quedas acentuadas no preço da arroba.

Além disso, há menos vacas indo para o abate, já que, com o preço alto do gado de reposição, os criadores estão retendo fêmeas para garantir os bezerros e bois magros mais à frente. Agora na entrada da segunda quinzena de agosto, a expectativa é de que bois confinados comecem a ser abatidos em maior quantidade, reduzindo um pouco a pressão de alta sobre a arroba em algumas regiões, principalmente naquelas em que operam um número maior de frigoríficos para exportação. Geralmente, bois confinados atingem mais facilmente o padrão para venda externa da carne. Sobre o segundo giro de confinamento, de forma geral, o momento é de cautela, principalmente para os terminadores que estão fechando bovinos visando ao momento atual. Com os mercados futuros do boi estagnados e os contratos de milho em alta, a margem dessa atividade intensiva tem sido reduzida. Em São Paulo, o boi gordo está cotado entre R$ 222,50 e R$ 223,35 por arroba à vista e a R$ 229,00 por arroba a prazo.

Em Mato Grosso, o boi gordo segue avançando. A cotação é de R$ 209,00 por arroba a prazo. No Pará, o boi gordo está cotado a R$ 213,50 por arroba à vista. O valor médio do boi gordo no Pará subiu 5,57% nos últimos 30 dias. A maior alta no período, entretanto, ocorreu em Rondônia, onde a cotação avançou 8,47%. Em Rondônia, a cotação atual é de R$ 202,00 por arroba à vista. Em São Paulo, no atacado, os frigoríficos estão cautelosos. O mercado doméstico continua sendo constantemente avaliado pelo setor. Caso uma recuperação na demanda ocorra, a tendência poderá ser de preços mais sustentados ao longo do segundo semestre de 2020 (tanto da arroba quanto da carne bovina). A chegada da segunda quinzena do mês travou as negociações de carne. Além disso, no varejo, a pressão negativa gerada pela segunda quinzena já começa a desacelerar as vendas, o que impacta diretamente no fluxo de saída do atacado. Assim, os preços no atacado se mantêm estáveis, a R$ 16,10 por Kg (traseiro do boi); R$ 13,60 por Kg (dianteiro) e R$ 13,60 por Kg (ponta de agulha).