18/Ago/2020

O governo brasileiro acionará a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o governo das Filipinas depois de o país barrar a importação do frango do Brasil. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou que as Filipinas já haviam demonstrado preocupação em proteger seus produtores de frango e que o país tomou a decisão sem ter provas de que houve contaminação. Na semana passada, o governo da cidade chinesa de Shenzhen (China) afirmou que uma amostra de asas de frango congeladas importada do Brasil teve teste positivo para o coronavírus, mas ainda não apresentou detalhes. A ministra afirmou que o Brasil vai reagir e que não se pode misturar uma situação comercial com uma notícia que não tem confirmação.

O Ministério da Agricultura já enviou ao Itamaraty um pedido para que faça gestões junto ao governo filipino e à OMC sobre o assunto. Além disso, a embaixadora das Filipinas no Brasil foi chamada a se explicar junto à pasta, o que, na linguagem diplomática, é considerado um constrangimento. A avaliação no governo brasileiro é de que as Filipinas estão se aproveitando da pandemia para aumentar o protecionismo. Apesar de não representarem um destino importante para os produtos brasileiros, a reação do Brasil será forte para "estancar a sangria" e evitar que os filipinos sejam seguidos por outros países.

Junto à OMC, o Brasil deve ainda apresentar uma Preocupação Comercial Específica em relação ao caso, que é uma espécie de reclamação contra um país que não esteja cumprindo as regras de comércio do organismo multilateral. A ministra afirmou que já previa o aumento do protecionismo. Mas, se a avaliação for pelo método científico, o Brasil está fazendo o seu trabalho. O governo brasileiro pediu informações às autoridades chinesas sobre os testes e resultados e espera receber as respostas para essa semana. De acordo com a ministra, não houve nenhuma ação efetiva do governo chinês em relação ao frango brasileiro, nem a planta de que partiu a amostra que estaria contaminada teve a importação suspensa. O Ministério da Agricultura só vai se pronunciar sobre o caso quando estiver com informações oficiais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.