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10/Ago/2020

Boi: frigoríficos estão em alerta com fiscalizações

Fiscalizações diárias e até de surpresa, além de um forte esquema de higienização e monitoramento constante da saúde dos funcionários. Esta tem sido a rotina, especialmente dos 265 frigoríficos de abate de bovinos habilitados à exportação, desde que o surto do novo coronavírus começou a atingir escala preocupante em meados de maio, em todo o País. O setor está sendo bastante pressionado. Desde março, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem emitido relatórios mensais sobre as fiscalizações em unidades frigoríficas por conta da expansão da Covid-19. De fato, logo no início da pandemia, as unidades de abate de bovinos foram as mais que mais causaram preocupação no setor de processamento de proteína animal. Em abril, começam a ocorrer as paralisações nas unidades de abate: 42 no total, sendo 31 de bovinos (73,81%) em 9 Estados. O mais afetado foi Mato Grosso, com 10 unidades paralisadas e o segundo maior exportador de carne bovina no País. Mato Grosso do Sul e Pará, tiveram 6 unidades paralisadas.

Em maio, o relatório listou 47 frigoríficos paralisados, sendo 28 de abate de bovinos (59,57%) em 12 Estados, mais o Distrito Federal. Novamente, Mato Grosso despontou com 5 unidades paralisadas, seguido por Goiás e Pará, com 4 abatedouros paralisados cada; e Mato Grosso do Sul e Rio Grande Sul, ambos com 3 frigoríficos com operações interrompidas. O mais recente, publicado no início de julho, mostrou que 9 unidades tiveram as atividades paradas provisoriamente, das quais apenas 2 de bovinos (22,22%), 1 unidade de Rondônia e outra no Tocantins. O esforço foi conjunto para diminuir esses números. Não são apenas empresas como as gigantes JBS, Marfrig, Minerva que estão empenhadas em mostrar suas ações para barrar a entrada do vírus nos frigoríficos. Empresas de médio e pequeno portes, como por exemplo o Frigorífico Silva (RS), também têm tomado medidas drásticas de atenção sanitária. As companhias estão fazendo o máximo que podem para manterem-se distantes da Covid-19. Para atenderem as normas, as empresas tiveram de reduzir seu quadro de funcionários e capacidade de abate. A queda da capacidade pode chegar até a 30%.

Uma unidade que antes matava 700 bovinos por dia, passou a abater 490 por dia. Unidades de abatiam mil, reduziram para 700 bovinos, diariamente. Como boa parte dos abates estão sendo direcionados para o mercado externo, as consequências de uma planta exportadora comprometida por surtos de Covid-19 poderiam trazer prejuízo à empresa. Os frigoríficos exportadores, nesse momento, estão mais expostos. No ano passado, o rateio da produção de carne foi de 77,31% para o mercado interno, 6,35 milhões de toneladas, e 22,69% para as vendas externas, com 1,86 milhão de toneladas. A tendência é que essa balança pese cada vez mais para o lado exportador. A corrida pela exportação, nos últimos anos, mostra o peso que as vendas externas. A fatia dessas vendas saltou de 17,8% da produção nacional em 2011, para 27,1% até o final deste ano, de acordo com as previsões do Anuário da Pecuária Brasileira 2020 (AnualPec). O dólar alto é que está segurando as contas da indústria, especialmente para cobrir o custo da queda de produção.

O Brasil bateu recorde de exportação no primeiro semestre do ano. De janeiro a junho, foram 907,57 mil toneladas comercializadas por US$ 3,93 bilhões. O crescimento em volume foi de 9,27% sobre o mesmo período do ano passado, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Até o final do ano, a previsão é de que as exportações cheguem a 8,7 milhões de toneladas. A China, maior cliente da carne brasileira, deve contribuir com uma grande e crescente parcela. No primeiro semestre, o país asiático negociou US$ 1,84 bilhão por 364,67 mil toneladas, 40,18% do total de carne exportada pelo Brasil. Desde 2016, o consumidor chinês passou a consumir mais a carne bovina brasileira, configurando em terceiro lugar entre os cinco países que mais compraram a proteína animal brasileira. Em 2019, a China passou a ser a maior importadora, seguido por Hong Kong, Egito, Chile e União Europeia. Fonte: Portal DBO. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.