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06/Ago/2020

Boi: exportações de carne crescem 17% em 2020

Passados os primeiros sete meses do ano, as exportações brasileiras de carne bovina seguem registrando desempenho recorde, tanto em termos de volume quanto de receita. Esse cenário confirma as expectativas de agentes do setor que, no início deste ano, esperavam que as vendas externas mantivessem ao longo de 2020 a boa performance registrada em 2019, fundamentados na demanda chinesa que, dentre outros fatores, elevou o volume comprado por conta dos persistentes casos de peste suína africana (PSA) no rebanho nacional, e na menor oferta de importantes países produtores, como Austrália, Uruguai e Paraguai. E esse contexto global se soma ao Real desvalorizado frente ao dólar, mantendo a carne brasileira competitiva no mercado internacional.

De janeiro a julho, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de carne bovina in natura totalizaram 946,67 mil toneladas, 17,2% superiores aos dos sete primeiros meses de 2019 e um recorde para o período. A receita em moeda nacional soma R$ 20,8 bilhões neste ano, 76% a mais que a obtida de janeiro a julho de 2019 e um recorde. Em dólar, a receita atinge US$ 4,16 bilhões, alta de 34,77% frente ao mesmo período do ano passado e 26,12% superior ao recorde registrado, até então, em 2014. Em julho, especificamente, as exportações brasileiras de carne in natura somaram 169,24 mil toneladas, apenas 0,73% abaixo do recorde verificado em outubro/2019. Essa quantidade embarcada no mês passado foi 11% maior que a de junho e 31,2% acima da de julho do ano passado.

A receita em julho somou R$ 3,6 bilhões, 5,3% inferior ao recorde observado em maio, quando o faturamento atingiu R$ 3,85 bilhões, tendo como suporte o dólar a R$ 5,64 no mês (esse câmbio é o maior mensal da série histórica, em termos nominais). O faturamento de julho cresceu 7% frente ao mês anterior e expressivos 87,4% em relação a julho do ano passado. A receita em 2020 só não é mais alta devido ao preço pago pela tonelada da carne bovina in natura brasileira, que vem caindo no correr deste ano. Em julho, a média esteve em US$ 4.081,30 por tonelada, valor 5,03% inferior ao de junho/2020 e 17,09% menor que o de janeiro/2020, mas esteve 2,34% acima do de julho/2019. Essa queda no valor pago pela proteína brasileira está atrelada ao cenário de retração econômica e ao aumento da cotação do boi gordo no mercado interno.

Sustentados pelo bom desempenho das exportações e pela baixa oferta de bovinos prontos para o abate, os preços do boi gordo seguem firmes no mercado brasileiro. Em São Paulo, o preço médio do boi gordo é de R$ 226,85 por arroba, leve alta de 0,2% nos últimos sete dias. No atacado, a carcaça casada do boi está cotada a R$ 15,39 por Kg à vista ou a R$ 230,85 por arroba, alta de 6,65% nos últimos sete dias. Ou seja, a arroba de carne voltou a ser negociada acima da arroba do boi gordo neste início de agosto, aliviando as margens de frigoríficos que trabalham apenas com o mercado doméstico. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.