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03/Ago/2020

Suíno: risco de aumento de casos de PSA na China

Inundações no sul da China têm despertado temores quanto ao risco de ressurgimento de surtos da peste suína africana (PSA), o que poderia retardar a renovação dos rebanhos de suínos no país, o maior do mundo. Desde junho, chuvas torrenciais persistentes vêm provocando as piores inundações em décadas nas áreas ao longo do rio Yangtzé. Em vários locais, os alagamentos fizeram propriedades submergir, afogaram suínos, adiaram a construção de novas fazendas e obrigaram criadores a abater animais. Não está claro quantos suínos morreram nas inundações. Os criadores foram mais atingidos nas Províncias de Hubei, Jiangxi, Hunan e Anhui, onde há cerca de 20 milhões de suínos, mais da metade em pequenas fazendas. O rebanho de suínos na China estava em 340 milhões de cabeças no fim de junho. A maioria dos 200 criadores consultados afirmou que as inundações vão adiar a reconstituição dos rebanhos. Alguns sofreram enormes prejuízos.

Os rebanhos nessas províncias devem ter recuado pelo menos 7% de maio a julho, em parte pela onda de pânico que levou criadores a vender os suínos ainda sem o peso ideal. Segundo o Rabobank, há uma boa chance de que surjam surtos maiores de peste suína africana. Normalmente, as inundações trazem maior risco de doenças. Os surtos de peste suína africana, registrados pela primeira vez na China em 2018, mataram quase metade do rebanho no país no ano passado. Milícias locais ajudaram a retirar de uma fazenda submersa cerca de 1 mil carcaças de suínos em decomposição para evitar a disseminação da epidemia e a contaminação da água potável. Outros 2 mil suínos foram enterrados na mesma propriedade, em Yangxin, na Província de Hubei, segundo o jornal People’s Daily. Na semana passada, em Luan, Província de Anhui, seis vilarejos ficaram submersos, sob três metros de água.

Na quinta-feira (30/07), o ministério encarregado de gestões de crise instruiu as Províncias mais afetadas a realizar medidas de prevenção contra epidemias e de desinfecção, depois que as águas baixarem. Também manteve alertas de que os níveis das águas dos rios Yangtzé e Huai continuarão altos. Os alagamentos de fato poderão retardar a renovação dos rebanhos, a expansão das grandes fazendas e a construção de novas fazendas, que já enfrentavam problemas de falta de reprodutores. A Muyuan Foodstuff, segunda maior criadora de suínos na China, prevê pouco impacto com as inundações no sul, porque a maioria de suas fazendas na região ainda não está em operação. O New Hope Group informou que o mau tempo atrasou a procriação em algumas fazendas, mas que o impacto foi pequeno. A escassez de carne suína poderá manter os preços domésticos na China elevados até o primeiro trimestre de 2021, segundo previsão do Rabobank. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.