27/Jul/2020
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil deverá exportar 1 milhão de toneladas de carne suína em 2020. Esse número reflete um aumento de 33% em relação ao ano passado, além da cadeia da carne suína ter uma produção prevista de 4,25 milhões de toneladas, um crescimento entre 4% a 6,5% se comparado com 2019. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o Brasil é o quarto maior produtor da carne suína e o quarto maior exportador do mundo. Quase 40% das exportações brasileiras vão para a China, seguida de Hong Kong com 16%. Para que a expectativa dos bons números se concretize é preciso tomar alguns cuidados, já que os riscos de contaminação pelo coronavírus não diminuíram. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a suinocultura brasileira, como os outros setores do agronegócio, sofreu o impacto inicial provocado pela pandemia, em razão da queda dos preços ao produtor e incertezas.
No entanto, diante desse cenário, medidas assertivas passaram a ser adotadas pelos órgãos governamentais, pelas entidades representativas e pelos produtores. O setor prima pela segurança sanitária dos plantéis, com medidas de biossegurança rigorosas, que, somadas a outros fatores, permitem maior produtividade e o oferecimento de produtos seguros ao mercado nacional e internacional. Uma preocupação do setor é o alastramento da pandemia de Covid-19 pelo interior do Brasil, o que pode afetar os trabalhadores que lidam com os suínos, seja na granja ou nos frigoríficos. Na Região Sul do País, que concentra a produção nacional de suínos, há cidades que já sofrem com as consequências da doença. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), juntamente com o Ministério da Saúde e Ministério da Economia, entre tantas medidas legais e orientativas, publicou a Portaria Conjunta nº 19/20.
Seguindo fielmente as regras, todo o segmento conseguirá se fortalecer na medida em que contribui para com a redução do risco de propagação do vírus em toda a cadeia produtiva. Há um compromisso do setor em atuar pela saúde dos colaboradores, com implantação de estratégias em todo o setor produtivo, já em março, no início da pandemia do novo coronavírus. As empresas do setor frigorífico têm seguido a legislação e o protocolo setorial validado pelo Hospital Albert Einstein e que estabelece uma série de medidas protetivas. Na primeira quinzena de julho, a ABCS e a Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos também protocolaram junto ao Mapa uma manifestação de apoio para a publicação da Instrução Normativa de suínos em nível de granja. A minuta da norma, já passou por consulta pública. O Brasil carece de normativas específicas e isso auxiliaria para que haja uma hegemonia na produção. O Brasil precisa preparar a produção para atender os mercados mais exigentes em termos de bem-estar, pois são os que melhor remuneram.
As pandemias surgem pelo excesso do uso de recursos naturais e por baixa imunidade dos animais, o que, na maioria das vezes, está ligado ao estresse crônico de sistemas de produção que não colocam o animal como centro do processo produtivo. A suinocultura é um setor que tende a crescer, neste e nos próximos anos, contribuindo com o fornecimento de alimentos de qualidade para Brasil e seus clientes externos. Isso deve acontecer devido à alta tecnificação e aos controles rígidos, que trazem confiança e transparência nos processos e mostram quão sério é o setor nos cuidados com a sanidade e biossegurança. É possível destacar a adoção pelo Brasil da política de importação de suínos vivos sob controle 100% oficial, utilizando a Estação Quarentenária de Cananeia. É o único quarentenário oficial do País, cujas medidas sanitárias rígidas permitem avaliar as condições de saúde dos suínos já na entrada, antes da internalização dos futuros reprodutores. Os suínos somente são liberados após testes laboratoriais e a inspeção clínica. O setor brasileiro em números:
- 4,117 milhões de toneladas produzidas em 2019
- 4º maior produtor mundial
- 4º maior exportador mundial
- 16% da produção exportada
- US$22,2 bilhões é o PIB da cadeia de produção
Fonte: Suinocultura Industrial. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.