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15/Jul/2020

Boi: Brasil precisa acesso à China sem restrições

Segundo a Minerva Foods, o desafio de ampliar a presença do Brasil na China é ter "real acesso" ao mercado. Isso requer não apenas habilitar novas unidades produtivas, mas retirar restrições tarifárias. O Brasil não pode estar na China tendo 12% de imposto de importação enquanto outros países, como a Nova Zelândia, têm zero. O Brasil não pode estar sujeito a sistemas de cotas, diferente do que os outros países têm. Com a pandemia de Covid-19, há uma oportunidade de rediscutir isso. Todos os países têm consciência de que há um achatamento na renda das famílias, então é preciso ter o básico, que são alimentos, muito mais acessível para todas as classes. O setor de proteína animal pode ter uma grande contribuição na pavimentação de uma relação de longo prazo entre Brasil e China. A peste suína africana (PSA) reduziu em 40% o rebanho do maior produtor de suíno do mundo.

Sem contar que afetou Vietnã, Filipinas, outros países do Sudeste Asiático. Há uma redução brutal do tamanho do rebanho de suínos e isso está sendo ocupado pela parte de outras proteínas, entre elas a carne bovina. Além disso, é possível observar a ocidentalização dos hábitos das novas gerações na China, com crescimento do consumo de produtos à base de carnes em food service e em supermercados. Existem oportunidades na disputa comercial da China tanto com Estados Unidos como com a Austrália. Os Estados Unidos são o grande concorrente no setor agro que o Brasil tem, e a briga entre Estados Unidos e China vem beneficiar a América do Sul, especialmente o Brasil. A Austrália, além de encampar a política de uma briga com a China, está sofrendo intempéries, com uma sequência de três a quatro anos de secas muito fortes.

Isso dá para a América do Sul, para o Brasil, uma vantagem comparativa muito grande. A pandemia causou, em grande parte dos países, uma mistura de políticas de incentivo à produção interna para garantir parte da oferta e de planos de "redundância" e "contingência" no que tange às importações, ou seja, contar com fornecedores confiáveis. Dentro dos planos de contingência, a América do Sul é imbatível. O Brasil deve estar mais pronto para encarar o mercado internacional. Vai ser um caminho natural ter mais unidades aprovadas, e unidades que não estiverem de acordo terem restrições, mas que essas restrições sejam controladas no País pelo Ministério da Agricultura brasileiro, que tem um ótimo sistema de avaliação, para mostrar para qualquer mercado o quanto o Brasil é sério nesse ponto de sanidade. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.