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15/Jul/2020

Suíno: frigoríficos firmam termos de ajuste com MPT

A pandemia da Covid-19 tem influenciado nas atividades dos frigoríficos brasileiros. Empresas como BRF e JBS já tiveram plantas fechadas por determinação judicial devido à contaminação de funcionários. A interrupção das atividades costuma ocorrer por até 14 dias, quando o funcionamento pode ser retomado. O Ministério Público do Trabalho já firmou termos de ajuste de conduta com 87 estabelecimentos. A situação é mais preocupante nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia e Minas Gerais. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em conjunto com os ministérios da Economia e da Saúde, além de entidades representantes do setor de proteína animal, definiram uma portaria como forma de orientar os frigoríficos e buscar reduzir o ritmo das contaminações no ambiente de trabalho.

Essa portaria vai harmonizar mais as ações para que os frigoríficos possam, neste momento de pandemia, trabalhar com a segurança de seus funcionários e também para que possam continuar a produção, trabalhando de maneira normal e trazendo os alimentos para abastecer o Brasil e o mundo, afirmou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a paralisação das atividades frigoríficas no País pode trazer graves riscos, como a própria falta de alimentos. Com a paralisação da produção de alimentos, há o risco de inflação e desabastecimento. Unidades fechadas podem significar ausência de produtos nos supermercados. Processos que promovam diminuição da oferta de alimentos podem, no futuro, levar ao caos social. Parar indústrias de alimentos de ciclo longo também podem significar problemas ambientais. É o caso das indústrias frigoríficas. Uma agroindústria processa milhares de aves e suínos todos os dias. Com as atividades paradas por um período longo, o único destino possível para estes animais não abatidos é o aterro sanitário.

Os impactos ambientais são gravíssimos, além do fato de gerar desperdício de alimentos em um momento de crise crescente, o que, até aqui, tem sido evitado. Na avaliação da ABPA, o ambiente frigorífico hoje tem o risco ao trabalhador minimizado. Isso porque todos os setores das fábricas são constantemente higienizados e o estado de saúde dos trabalhadores é monitorado, havendo vigilância ativa em todo o ambiente de fábrica. Também é obrigatório o uso de equipamentos de proteção há uma série de medidas para evitar aglomerações, além de orientações para os cuidados dentro e fora dos frigoríficos. Diversos órgãos internacionais reconhecem o frigorífico como um ambiente diferenciado, cuja rotina de higiene previne a transmissão de enfermidades. Outro destaque é de que foi estabelecido protocolo setorial, validado cientificamente pelo Hospital Albert Einstein, que adicionou uma série de medidas protetivas aos colaboradores, como proteção buconasal, faceshield e outros (que impedem proliferação de gotículas de saliva), entre todos os seus colaboradores, incluindo, além dos habituais uniformes, luvas e outras camadas de proteção.

São pontos que estão de acordo com a Portaria Interministerial n° 19, publicada na semana passada pelos Ministérios da Saúde, da Agricultura e da Economia (pela Secretaria Especial da Previdência e Trabalho), que segue as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Além disso, em um esforço social constante, as empresas mantêm uma forte mobilização em campanhas para conscientizar os colaboradores sobre o comportamento fora das fábricas, onde há o verdadeiro risco de contágio. Todos os cuidados foram tomados, e não são medidos esforços para a preservação da saúde do trabalhador. Segundo entidade, causa estranheza decisões tomadas sem levar em conta a totalidade das possíveis consequências para a comunidade e para o País. A segurança alimentar da população é uma prioridade essencial para o Brasil em tempos de pandemia. Produzir alimentos é uma missão, um direito e um dever a ser preservado pelos diversos entes públicos. Para a entidade, em um momento de forte emoção como o atual, a razão e a ciência devem prevalecer. Fonte: Suinocultura Industrial. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.