14/Jul/2020
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) garantiu que a agroindústria exportadora de carne bovina trabalha com sustentabilidade. Há demanda do mercado externo e do consumidor interno para que o setor seja sustentável. Assim, a compra dos bovinos é rastreada, há preocupação com o desmatamento ilegal, entre outras exigências. Entretanto, além de a indústria legalizada ter de lidar com três tipos de fiscalização nos abates (nas esferas federal, estadual e municipal), tem de conviver também com os fornecedores ilegais de bovinos, aqueles não fiscalizados, que produzem o que é chamado de "boi pirata", além do desmatamento ilegal.
Mesmo que a indústria faça tudo corretamente, é preciso estar atenta a este problema também, porque ele afeta a imagem da cadeia como um todo. A imagem que vai para o exterior é aquela de quem cria mal bovinos. Por isso, é necessário que governo e iniciativa privada trabalhem em conjunto para mitigar o problema. Quando se fala, por exemplo, de desmatamento na Amazônia, a pecuária sempre é acusada porque o boi a pasto é a atividade mais simples de ser instalada em áreas recém-desflorestadas.
Porém, esses pastos geralmente são abertos por grileiros, que invadem ilegalmente terras públicas. Porém, não se toca neste assunto porque é muito mais simples, para o governo, inclusive para políticas públicas, atacar o setor organizado, que tem CNPJ, dá emprego e assina carteira de trabalho. Por isso, cabe ao setor organizado e ao governo identificarem o problema e trabalhar para finalizá-lo. Enquanto ele existir, é essa imagem da pecuária brasileira que vai para o exterior. O setor organizado e responsável precisa garantir que toda a cadeia produtiva seja organizada e responsável. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.