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03/Jul/2020

Carnes: Brasil tenta reverter suspensões da China

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, conversou na quarta-feira (1º/07) com o embaixador da China em Brasília, Yang Wanming. Ela reforçou que as medidas sanitárias adotadas pelas indústrias garantem a segurança dos alimentos vendidos para a Ásia e que não há nenhuma evidência científica que indique a carne como possível vetor do novo coronavírus. A China bloqueou temporariamente os embarques de três estabelecimentos de Mato Grosso e do Rio Grande do Sul com receio de um novo surto da pandemia em Pequim. A ministra afirmou que os trabalhadores diagnosticados com o novo coronavírus são afastados dos estabelecimentos e não mantêm contato com os produtos exportados para a China. Como as autoridades chinesas souberam dos casos de funcionários de frigoríficos infectados por notícias da imprensa e não de forma oficial, o governo avalia que há falha no entendimento sobre a realidade atual nas indústrias de carnes do País.

As principais demandas apresentadas ao embaixador foram conhecer os critérios técnicos que motivaram a suspensão e quais serão as diretrizes para a retomada das exportações. O Brasil manifestou o interesse de que a China reabilite as plantas tão logo as indústrias cheguem em um nível satisfatório, mas que os chineses informem quais são os critérios para isso. Os pedidos também já foram manifestados junto ao governo chinês. Uma cópia em mandarim do protocolo obrigatório para mitigação da Covi-19 nos frigoríficos brasileiros foi enviada ao diplomata chinês. A conversa entre a ministra e o embaixador foi avaliada como um exercício de transparência entre os países e que pode ajudar na busca por uma solução mais rápida devido ao peso político e pessoal de Tereza Cristina. Mesmo assim, quem acompanha de perto as discussões no governo diz que é cedo para prever uma volta à normalidade nas relações.

Mas, será preciso esperar, pois existe uma situação epidemiológica complicada no Brasil. O Ministério da Agricultura criou um chat online para se comunicar com as autoridades do Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) de forma mais ágil e transparente e para evitar equívocos nas informações sobre a situação das unidades. O diálogo é em inglês entre técnicos chineses e brasileiros das secretarias de Defesa Agropecuária e Relações Internacionais, das embaixadas e os adidos agrícolas no país asiático. Também integram o grupo as representantes do Núcleo China (departamento ligado diretamente ao gabinete da ministra e que contratou recentemente uma funcionária chinesa). A preocupação do Ministério da Agricultura é porque a GACC tem um núcleo específico para acompanhar o noticiário internacional, de onde partiu a decisão sobre as suspensões das plantas do Brasil. Fonte: Valor Econômico. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.