02/Jul/2020

Em São Paulo, no atacado, a média de dezembro/2019 da carcaça casada do boi atingiu R$ 15,24 por Kg, recorde da série do Cepea para este produto, iniciada em 2001. A proteína atravessou o primeiro semestre de 2020 sendo comercializada em torno de R$ 14,00 por Kg, com a média de junho a R$ 14,07 por Kg. O preço médio da arroba da carne no atacado em junho seguiu superior ao da arroba do boi gordo, contexto que vem sendo verificado, em termos gerais, desde o encerramento de 2016.

No entanto, essa vantagem diminui bastante no mês. Isso evidencia que o ritmo de alta nos preços do boi gordo está acima do observado para a carcaça, o que, por sua vez, pode estar atrelado ao recente enfraquecimento da demanda brasileira pela carne, diante do menor poder de compra da população, que deve estar em busca de proteínas mais competitivas. Em junho, a diferença entre os preços do boi gordo e da carcaça casada foi de apenas R$ 1,18 por arroba, com vantagem ainda para a carne.

Essa é a menor diferença desde agosto de 2018, quando esteve brevemente negativa, em R$ 0,40 por arroba, ou seja, com a boi gordo negociado acima do valor da carne no atacado. Como comparação, em junho do ano passado, a diferença era de R$ 10,24por arroba, com vantagem para a carne no atacado. Quanto ao mercado externo, o Real desvalorizado frente ao dólar favoreceu as exportações brasileiras no primeiro semestre de 2020, tendo em vista que elevou a competitividade da carne nacional em um cenário de poucos ofertantes externos.

Soma-se a esse contexto os casos de Covid-19 em alguns países e suas indústrias, assim como problemas sanitários em rebanhos animais, como a peste suína africana (PSA), Influenza e febre aftosa. Observa-se, até o momento, que os embarques são recordes para um primeiro semestre. A China é a principal parceira brasileira. Até maio, o país asiático foi responsável por 39% das exportações de carne bovina do Brasil, seguido por Hong Kong, com 17%. Juntos, os destinos respondem por 56,5% de toda a carne bovina exportada pelo Brasil. O terceiro colocado é o Egito, com 5,3% dos embarques nacionais. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.