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02/Jul/2020

Boi: preços firmes no primeiro semestre deste ano

Depois de registraram patamares recordes reais no encerramento de 2019, os preços do boi gordo e da carne bovina seguiram praticamente firmes ao longo de todo o primeiro semestre de 2020. A sustentação veio, especialmente, da baixa oferta de boi gordo. Neste caso, o maior abate de fêmeas entre 2018 e 2019 limitou a quantidade de bovinos prontos em 2020. Vale lembrar que, o volume abatido no Brasil nos primeiros três meses deste ano foi o menor desde 2011, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o ritmo intenso dos embarques brasileiros de carne bovina sustentou os valores domésticos do boi gordo e da carne bovina. As exportações foram importantes ao setor pecuário, especialmente no segundo trimestre deste ano, quando a demanda brasileira começou a mostrar sinais de enfraquecimento diante da crise por conta da pandemia de coronavírus.

Em dezembro/2019, o preço médio do boi gordo em São Paulo registrou média recorde da série histórica do Cepea, de R$ 218,08 por arroba, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI), e atravessou os seis primeiros meses de 2020 em torno de R$ 200,00 por arroba. Em junho, a média foi de R$ 209,87 por arroba, a terceira maior da série do Cepea (iniciada em 1994), atrás somente das verificadas em novembro/2019 e dezembro/2019. Também como resultado do aumento do abate de fêmeas nos últimos dois anos (2018 e 2019) e do crescimento no abate de novilhas, os preços reais do bezerro estiveram em patamares recordes reais no primeiro semestre de 2020.

Esse cenário sustentou a rentabilidade do criador, que também se deparou com preços de insumos importados elevados (em decorrência do dólar recorde) e com milho e farelo de soja valorizados. Assim, o preço médio do bezerro nelore (de 8 a 12 meses) comercializado em São Paulo, que foi de R$ 1.676,33 por cabeça em dezembro/2019, em termos reais, esteve em torno de R$ 1.900,00 por cabeça no primeiro semestre de 2020. Em junho, a média do bovino de reposição foi de R$ 1.989,01 por cabeça, o recorde real da série, de R$ 1.994,43 por cabeça, foi observado em maio de 2020. Mesmo com a firmeza da arroba do boi gordo, os preços elevados do bezerro reduziram o poder de compra do pecuarista recriador. Enquanto em dezembro esse pecuarista precisava de 7,29 arrobas de boi gordo para a compra de um bezerro (de 8 a 12 meses), em junho, precisou de 9,15 arrobas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.