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02/Jul/2020

Carnes: Oriente Médio é uma alternativa para Brasil

Caso a China diminua a demanda pelas carnes brasileiras por causa da preocupação com a Covid-19, os países do Oriente Médio podem ocupar o espaço. Até porque, os preços tenderiam a ceder com o menor apetite do gigante asiático. Certamente sobraria um pouco mais de carne no mercado e a tendência seria de o preço recuar. Atualmente, o Oriente Médio paga menos que a China pela proteína animal brasileira. A China chegou a pagar na casa de US$ 7 mil pela tonelada do dianteiro bovino enquanto o Oriente Médio oferecia US$ 3,5 mil. Hoje, os valores estão em uma relação aproximada de US$ 4 mil e US$ 3,5 mil, respectivamente.

Como exemplo pode-se citar o Egito, segundo maior importador de carne bovina brasileira em 2019 (164,1 mil toneladas, segundo dados da Abrafrigo), atrás somente da China (837,5 mil toneladas - incluindo Hong Kong). O Egito importa atualmente entre 7 mil e 6 mil toneladas por mês do Brasil, mas em condições mais favoráveis pode comprar entre 15 e 17 mil toneladas por mês. A decisão do governo brasileiro de tomar a iniciativa e embargar unidades que registraram números expressivos de casos de Covid-19 à exportação repercutiu muito bem no Oriente Médio. Isso gerou pontos positivos para o País e manteve sua boa reputação. Foi um claro sinal de que o Brasil quer vender alimentos com responsabilidade.

Em relação à pandemia, é difícil que os países do Oriente Médio possam tomar medidas restritivas em suas aquisições de proteína animal, como vem fazendo a China. Existe um histórico de corrente comercial de muito sucesso entre árabes e brasileiros. A única exigência é a certificação Halal. Desde que haja preço e boa qualidade, como o Brasil oferece, não enxergo impeditivo algum. De acordo com números da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em 2019 o faturamento com as vendas de aves para estes países subiu 6,41%, atingindo a cifra de US$ 2,378 bilhões. A carne bovina gerou US$ 1,168 bilhão, alta de 2,65% entre um ano e outro. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.