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25/Jun/2020

Boi: abate de novilhas resultará em menor oferta

A manutenção dos preços do boi gordo em torno de R$ 200,00 por arroba ao longo deste primeiro semestre tem como sustentação a menor oferta de bovinos prontos para abate, além, é claro, da aquecida demanda internacional. A menor disponibilidade de bois no mercado doméstico, por sua vez, tem sido confirmada por dados oficiais sobre abate. Números consolidados referentes ao primeiro trimestre divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram crescimento na proporção de abates de novilhas sobre o total de vacas. E esse movimento de alta acende um alerta, visto que pode indicar uma possível dificuldade futura na produção. Ou seja, em 2020, o setor nacional já registra menor volume de animais sendo abatido e a maior participação de novilhas evidencia que a baixa oferta atual pode ser reforçada nos próximos anos.

Diante disso, a pecuária nacional deve intensificar o uso de tecnologia, em genética, pastagem, entre outros, no intuito de elevar a produtividade e conseguir atender a aquecida demanda externa. De janeiro a março de 2020, foram abatidos no Brasil 7,254 milhões de bovinos (machos e fêmeas), 8,1% abaixo do mesmo período de 2019 e 6,04% a menos que no primeiro trimestre de 2017. No caso das fêmeas, de janeiro a março, foram abatidas 2,217 milhões de vacas e 871,34 mil novilhas, volumes 17,3% e 11,4%, respectivamente, menores frente ao mesmo período de 2019. Analisando-se especificamente as novilhas, o número abatido representa 12,01% do total do primeiro trimestre de 2020 (entre machos e fêmeas), no mesmo período do ano passado, representava 12,46% do total.

O que chama a atenção é a percentagem de abate de novilhas sobre a quantidade de vacas, que chegou a 39,3% no primeiro trimestre do ano, a segunda maior participação da história, atrás somente dos 43% observados no segundo trimestre de 2019. Como comparação, a representação média do abate de novilhas sobre o total de vacas é de 22% (aqui foi considerada a série trimestral do IBGE, desde 1997). No geral, essa participação vem crescendo desde 2018, quando passou a ficar acima de 30%. Esse crescimento no abate de novilhas pode estar atrelado a nichos de mercado que demandam esse tipo de carne. O total de fêmeas abatidas (vacas e novilhas) somou 3,088 milhões de cabeças no primeiro trimestre, o que representa 42,57% do total de animais abatidos no período.

No ano passado, esse número foi de 3,666 milhões de cabeças (46,45% do total) e em 2014, de 3,931 milhões (46,95% do total), a maior participação da história. Observando o passado, verifica-se que o abate de fêmeas no primeiro trimestre de 2020 foi o menor desde 2016, quando foram abatidas 2,971 milhões de cabeças. Naquele ano, vale lembrar, houve uma busca maior por matrizes e incremento de produtividade, objetivando os preços mais elevados do boi gordo em 2015 e 2016. Esse movimento pode voltar a ocorrer, principalmente no ano que vem, já que o ciclo para a produção de bezerros reflete valorizações em anos anteriores. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.