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24/Jun/2020

Boi: questões ambientais devem afetar frigoríficos

Segundo o Conselho Consultivo da Global Reporting Iniciative (GRI) no Brasil e o Conselho Consultivo do Carbon Disclosure Project (CDP) no Brasil, a questão ambiental vai entrar cada vez mais no centro das discussões dos investidores internacionais. Os fundos internacionais estão pressionando o Brasil por uma Agenda Verde, em virtude de metas de "carbono zero" em todo o mundo. Na segunda-feira (22/06), por exemplo, as embaixadas do Brasil na Europa receberam a carta do grupo formado por 30 instituições financeiras que ameaçam tirar seus recursos do País, se o governo não trabalhar para deter o desmatamento. Novos atores de peso estão chegando na agenda.

A Europa tem a meta de Carbono Zero para 2050, isso traz muitas mudanças no padrão de seleção de negócios, de escolha dos parceiros comerciais, das condições para competir. Sobre a ação dos fundos internacionais em relação ao Brasil, a percepção é de que esses movimentos de pressão dos investidores são tradicionais. O desinvestimento seria o último caminho, pois os fundos olham com muito cuidado essa iniciativa do desinvestimento. É uma tentativa de dialogar com governos e empresas. Para o Principles for Responsible Investment (PRI) no Brasil, a carta dos fundos foi bastante enfática, mas antes do desinvestimento, as instituições financeiras sinalizaram querer dialogar com o governo brasileiro. Somente o Nordea colocou os papéis do Brasil em quarentena. Mas, já há uma movimentação para se desfazer de papéis relacionados ao Brasil. A pressão é para tentar resolver a questão pelo diálogo. Essa questão pode agravar o risco Brasil e de empresas brasileiras no exterior.

Entre os papéis de empresas brasileiras que podem ser afetados, já há uma solicitação para companhias da cadeia de gado e soja apresentem um monitoramento da procedência de seus produtos. Ninguém quer comprar carne de gado que está contribuindo para o desmatamento da Amazônia. De forma mais específica, as ações de JBS, Marfrig e Minerva podem ser prejudicadas em virtude da falta de monitoramento das áreas de gado no interior no País. Houve um aumento dos focos de incêndio na Amazônia desde o ano passado, e o governo brasileiro não avançou no monitoramento dos dados. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.