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17/Jun/2020

Boi: preços estão sustentados pela oferta restrita

O mercado do boi gordo registra movimentação, sob influência das prováveis boas vendas no atacado e no varejo durante o último fim de semana. Um cenário de pouca oferta de bovinos, de pastos ainda vigorosos na Região Norte do País e de ritmo consistente das exportações dão suporte para a elevação da remuneração ao produtor em várias regiões de pecuária. Em São Paulo, o boi gordo está cotado ao preço médio de R$ 204,50 por arroba.

Em Mato Grosso do Sul, a cotação média é de R$ 194,05 por arroba. No Paraná, o boi gordo está cotado a R$ 197,00 por arroba à vista e em Mato Grosso, a R$ 180,00 por arroba a prazo. No Pará, o quadro é de baixa liquidez nos negócios e leves avanços no preço. Em Goiás, a cotação é de R$ 193,00 por arroba a prazo. A manutenção de disponibilidade de massa verde nos pastos do Estado (fruto de chuvas nas últimas semanas) leva os pecuaristas a optarem pela retenção mais forte de bovinos.

Mesmo com as cotações firmes, os bovinos disponíveis para abate são insuficientes para atender à demanda das indústrias. Esta baixa disponibilidade seria reflexo da estratégia de pecuaristas. Diante de preços valorizados do gado magro, optam pela retenção de parte do rebanho (sobretudo fêmeas) para atender à sua demanda de reposição. Isso estaria trazendo um complicador para boa parte das indústrias. A escala de abate em São Paulo recuou de 6,5 dias (média anual) para 3 dias.

Em Mato Grosso do Sul, a redução é mais acentuada: de 5,5 dias para 2 dias. Esta avaliação é um bom termômetro do quadro de baixa oferta de bois terminados, uma vez que reflete o tempo em que os frigoríficos conseguem manter a operação considerando bovinos já comprados. Nos próximos dias, há possibilidade de valorização da arroba, em que pese a chegada da segunda quinzena do mês, quando geralmente o fluxo de dinheiro diminui.

Sobre as exportações ao mercado chinês, é importante observar a eventual segunda onda de Covid-19 na China, que pode influenciar na sua avidez de consumo, mas em princípio não mudam as expectativas positivas de grandes volumes de compra para este ano, principalmente pela lacuna de proteína deixada pela peste suína africana (PSA), que reduziu o rebanho de suínos no país asiático. Em São Paulo, no atacado, o mercado é firme. Mesmo na segunda metade do mês, a produção reduzida de carne nos frigoríficos deve dar suporte aos valores no curto prazo. O traseiro avulso está cotado a R$ 15,10 por Kg e a vaca casada, a R$ 13,00 por Kg.