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09/Jun/2020

Carnes: EUA investiga os preços dos frigoríficos

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando as práticas de preço da indústria de carnes do país, após reclamações de pecuaristas e compradores de carne. Recentemente, forma emitidas intimações para as quatro maiores processadoras de carne bovina (JBS USA Holdings, Tyson Foods, Cargill e National Beef). JBS e Tyson são também as principais produtoras de carne suína, e a justiça também está buscando informações sobre suas atividades naquele mercado. Cargill e Tyson não quiseram se pronunciar. Os representantes da JBS e da National Beef não responderam a pedidos para comentar o assunto.

Há meses, os pecuaristas pedem às autoridades federais que investiguem as empresas que controlam a indústria de carne bovina dos Estados Unidos. O abate e o processamento de gado estão fortemente concentrados, com JBS, Tyson, Cargill e National Beef controlando 73% da capacidade de processamento. Supermercados, distribuidores de alimentos e outros compradores de carne entraram com ações civis particulares contra processadoras de carne bovina e suína. No ano passado, criadores se queixaram de possíveis práticas desleais no mercado de carne bovina, após um incêndio em uma unidade da Tyson no Estado de Kansas ter levado a uma queda acentuada dos preços do boi.

Ao mesmo tempo, os preços de carne bovina no atacado aumentaram. À época, o secretário de Agricultura dos Estados Unidos afirmou que essas possíveis práticas desleais incluiriam manipulação de preços, conluio e restrições à concorrência. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou, em agosto do ano passado, que investigaria a disparidade. Esse padrão ressurgiu em março, quando a Covid-19 começou a se espalhar nos Estados Unidos. Com o aumento da demanda por carne no varejo e o fechamento de algumas unidades de processamento por causa da disseminação da doença entre os trabalhadores, os preços do boi caíram, enquanto os da carne processada subiram. Do início de março até o fim de abril, os preços futuros do boi caíram 8%, recuperando-se principalmente em maio.

Entre o início de março e o fim de maio, o valor das carcaças processadas de carne bovina saltou 76%. Como resultado, o lucro dos frigoríficos com o processamento subiu para um recorde de US$ 978,00 por cabeça de gado. No caso da carne suína, esse lucro também foi recorde, de US$ 102,00 por cabeça. A produção de carne bovina e suína em abril e no início de maio caiu acentuadamente devido ao fechamento de fábricas. A disparidade irritou os criadores, e alguns ficaram sem ter para onde enviar os animais, já que muitos abatedouros estavam fechados.

Grupos de criadores de gado, incluindo a National Cattlemen's Beef Association, a US Cattlemen's Association e a R-Calf USA, pediram investigações federais e uma revisão geral da maneira como os frigoríficos precificam e compram gado. Os frigoríficos afirmaram que as forças econômicas estão elevando os preços da carne bovina e pressionado os futuros do boi. Segundo a Universidade Purdue, o fechamento de unidades de processamento na Pensilvânia, no Colorado e em Iowa, devido a casos de Covid-19 entre os funcionários, reduziu o ritmo de abate. Ao mesmo tempo, isso resultou em menor oferta de carne processada, elevando os preços no atacado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.