03/Jun/2020

O tom de cautela predomina no mercado do boi gordo nesta semana. Com isso, poucos negócios são efetivados. Nem mesmo a perda da capacidade de suporte das pastagens tem contribuído para elevar a oferta de boiadas. De fato, há poucos bovinos disponíveis. Assim, os preços seguem firmes no mercado físico. A tendência é de estabilização no valor nas principais regiões do País. Há expectativa de que, com o início do mês e o pagamento dos salários, o consumo de carne bovina reaja, o que pode estimular a demanda dos frigoríficos por mais boiadas. Entretanto, essa reação nas compras deve ser vista com cuidado, devido à quarentena por causa da pandemia de coronavírus e à retração econômica do País.

Em São Paulo, o boi gordo segue cotado a R$ 191,00 por arroba à vista e a R$ 205,00 por arroba a prazo. Há destaque nos prêmios pagos por bovinos mais jovens, geralmente destinados para exportação de carne à China. Em Mato Grosso, o boi gordo está cotado entre R$ 169,00 e R$ 172,00 por arroba à vista. O dia 31 de maio foi o último de vacinação contra febre aftosa no Estado. Assim, espera-se certo crescimento nas ofertas de boiadas, o que tradicionalmente ocorre. No Estado, as escalas de abate se estendem, em média, por cinco dias úteis, mas frigoríficos ainda relatam dificuldades em obter bois prontos. Na Região Centro-Sul do País, há preocupação no que se refere à viabilidade dos confinamentos em 2020 diante do alto custo do milho e sobre o real estoque de boiada para os próximos meses, dúvidas que estariam também ajudando a sustentar as cotações.

Outro fator que vem sustentando os preços no mercado físico é a forte procura pelo "boi China". A avaliação é de que a China deve manter a demanda firme pela carne brasileira graças, dentre outros fatores, aos atritos diplomáticos com os Estados Unidos e Austrália. Entretanto, segue a tendência de importadores chineses em buscar a renegociação de contratos já firmados. Em São Paulo, no atacado, os preços registram leve queda. O boi casado de animais castrados está cotado a R$ 12,89 por Kg, recuo de 0,9% nos últimos sete dias. Para os cortes de dianteiro a queda é de 1,4% e, para o traseiro, de 0,4%, no mesmo comparativo.