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03/Jun/2020

Carnes: pandemia deve consolidar novos hábitos

A JBS sinalizou para a possibilidade de um novo desenho dos hábitos de consumo de proteína animal, no mundo, em um cenário de pós-pandemia. Algumas tendências de consumo detectados no atual momento de quarentena em virtude da pandemia de Covid-19 deverão deixar residuais na pós-pandemia. Dentre os mais prováveis, é a consolidação do e-commerce e a aquisição de alimentos práticos no preparo, como os congelados. No que diz respeito ao Brasil, é possível perceber dois movimentos distintos originados desde março, quando a pandemia mudou o cotidiano do País: o mais claro foi a migração do food service para o varejo. Neste aspecto vale observar, por exemplo, o que aconteceu com corte bovinos como a picanha e o filé mignon. Com restaurante fechados, estes cortes bovinos foram para o varejo e naturalmente teve uma queda de preço e aumento de consumo.

Outro aspecto que se observa é uma aceleração de tendências, como por exemplo, mais demanda por produtos fáceis de cozinhar, congelados e os considerados mais saudáveis. A procura também cresceu pela linha gourmet. Sem poder ir ao restaurante, o consumidor compra e faz em casa. A JBS está monitorando os movimentos de consumo e o comportamento dos consumidores em todo o seu mercado mundial, mas considera ainda cedo para ter certeza absoluta no que ficará de definitivo em termos globais. É preciso avaliar se existem novos hábitos ou se o quadro caminha apenas para a aceleração de tendências. A JBS percebeu uma queda na demanda, mas não no consumo per capita: o consumo residencial é diferente do que ocorre no restaurante, por exemplo. Em casa, as sobras de alimento são sempre aproveitadas. Tornam-se outros pratos para o jantar ou mesmo para o almoço do dia seguinte.

Sobre o mercado norte-americano, alvo de interdições de frigoríficos durante a pandemia, o quadro caminha para a normalidade, depois de "picos" de desabastecimento. Atualmente, as unidades de carnes bovina e suína já trabalham com 85% a 90% de suas capacidades. Há boa possibilidade de aceleração dos processos de automação frigorífica, um movimento que já era tendência anterior à pandemia. Alguns aspectos da chamada indústria 4.0 serão alvo da empresa, fundamentalmente no que diz respeito ao uso da robótica em atividades de potencial risco para o ser humano. Logicamente onde o custo da mão de obra for maior, haverá um retorno mais rápido do investimento. A JBS adquiriu em 2015 a neozelandesa Scott Technology, empresa de robótica e tecnologia focada na automação e digitalização no processamento de carnes e alimentos diversos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.